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Caros amigos o blog Historiando: debates e ideias visa promover debates em torno de vários domínios de História do mundo em geral e de África e Moçambique em particular. Consta no blog variados documentos históricos como filmes, documentários, extractos de entrevistas e variedades de documentos escritos que permitirá reflectir sobre várias temáticas tendo em conta a temporalidade histórica dos diferentes espaços. O desafio que proponho é despolitizar e descolonizar certas práticas historiográficas de carácter eurocêntrico, moderno e ocidental. Os diferentes conteúdos aqui expostos não constituem dados acabados ou absolutos, eles estão sujeitos a reinterpretação, por isso que os vossos comentários, críticas e sugestões serão considerados com muito carinho. Pode ouvir o blog via ReadSpeaker que consta no início de cada conteúdo postado.

02 outubro 2012

CENTROS DE REEDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE OU TERRORISMO DO ESTADO?


CENTROS DE REEDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE  OU TERRORISMO DO ESTADO?

Jornal Publico Magazine ( Domingo , 25 de Junho de 1995)

Clica no link abaixo para ler o  Jornal Publico Magazine:
 http://macua.blogs.com/files/magazine1995camposfrelimo.pdf


Periódicos sobre o caso

Centros de reeducação

3 November 1975
[No title]. Daily News [Dar es Salaam], 3 November 1975. Several thousand men and women accused of vagrancy, drug dealing and prostitution were arrested in five cities and towns, and will be sent to ‘centres in the provinces for re-education’. Click here to view or download a PDF, size 98 kb.

◊ 17 May 1976
Samora Machel. Une interview exclusive du President Samora Machel: «Notre tâche principale, batir une société». Afrique-Asie [Paris], no.109, 17 May 1976, p.iv-xi. On page x, Samora Machel replies in some detail to a question regarding the legality of re-education centres. Click here to view or download a PDF, size 1.8 Mb.

◊ 17 May 1976
Pietro Petrucci. Le repaire du «monstre». Afrique-Asie [Paris], no.109, 17 May 1976, p.xii-xxi. Petrucci visits a reeducation centre and describes the inmates as living in ‘semi-liberty’. Click here to view or download a PDF, size 1.2 Mb.

◊ 13 August 1976
Centro de Reeducação de Msauíze: transformar pelo trabalho marginais da sociedade colonial. Notícias [Maputo], 13 August 1976, p.4.

◊ 13 August 1976
Como encerar a prostituição. Notícias [Maputo], 13 August 1976, p.4. Click here to view or download a PDF, size 52 kb.

◊ 3 June 1977
Marion Duncan. Mozambique: Machel re-education camps teach a tough lesson. To the Point [Johannesburg], 3 June 1977, p.54. Click here to view or download a PDF, size 199 kb.

◊ 1 June 1979
José Ramalho. Mozambique: alarm spreads as executions continue. To the Point[Johannesburg], vol.8 no.22, 1 June 1979, p.35. Ramalho reports that the Roman Catholic bishops have sent a memorandum to the President asking for reeducation centres to be closed down. Click here to view or download a PDF, size 334 kb.

◊ 24 June 1979
Alves Gomes. O que hoje somos: dois factos. Tempo [Maputo], no.454, 24 June 1979, p.20-22. Click here to view or download a PDF, size 448 kb.

◊ 27 January 1980
Trabalho de reeducação foi positivo, constata II Seminário efectuado em Maputo. Tempo[Maputo], no.485, 27 January 1980, p.2. Click here to view or download a PDF, size 238 kb.

◊ 7 May 1980


Jay Ross. Mozambican re-education camps raise rights questions. Washington Post[Washington DC], 7 May 1980. Click 
here to view or download a PDF, size 192 kb.

◊ 9 May 1980
No Niassa, ex-desertores da Frelimo trabalharão nas Aldeias Comunais. Notícias [Maputo], 9 May 1980. Click here to view or download a PDF, size 55 kb.

◊ 14 August 1980
Brevemente, famílias de ex-reeducandos no Niassa: regresso dos primeiros jovens brigadistas daquela província. Notícias [Maputo], 14 August 1980. Click here to view or download a PDF, size 70 kb.

◊ 18 August 1980
Com grande emoção e alegria, ex-reeducandos no Niassa receberam as suas famílias: 45 jovens brigadistas chegaram a Lichinga e 100 regressaram às suas províncias de origem.Notícias [Maputo], 18 August 1980. Click here to view or download a PDF, size 115 kb.


◊ 28 August 1980
Jay Ross. Mozambique re-educates prisoners in remote camps. Los Angeles Times [Los Angeles], 28 August 1980. Click here to view or download a PDF, size 148 kb.

◊ 29 August 1981
António Souto. Reeducação e legalidade fabricam homem novo. Notícias [Maputo], 29 August 1981. Click here to view or download a PDF, size 177 kb.

◊ 28 September 1981
António Souto. Libertados 684 reeducandos: medida de clemência ordenada pelo Presidente Samora em Cabo Delgado. Notícias [Maputo], 28 September 1981. Click here to view or download a PDF, size 85 kb.

◊ 6 October 1981
Machel’s speech on unjust detentions in re-education camps. Summary of World Broadcasts[London], no.ME/6846, 6 October 1981, p.B/1- . Click here to view or download a PDF, size 278 kb.

◊ 11 October 1981
Sol Carvalho. Reeducação: uma realidade complexa. Tempo [Maputo], no.574, 11 October 1981, p.22-27. Click here to view or download a PDF, size 895 kb.

◊ 19 October 1981

Inspection of re-education centres in Mozambique’s Cabo Delgado province. Summary of World Broadcasts [London], 19 October 1981. Click 
here to view or download a PDF, size 90 kb.

◊ December 1981
Mozambique’s re-education camps. The Review [International Commission of Jurists][Geneva], December 1981, p.14-15. Click here to view or download a PDF, size 244 kb.

◊ 17 December 1981
Familiares de ex-reeducandos brevemente no Niassa. Notícias [Maputo], 17 December 1981. Click here to view or download a PDF, size 28 kb.

◊ 11 June 1982
B. Mavanga. Nos ex-centros de reeducação, trezentos lares reconstruídos no Niassa.Notícias [Maputo], 11 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 289 kb.

◊ 12 August 1982
Seis meses a três anos para um vadio. Notícias [Maputo], 12 August 1982. A homeless man was sentenced to serve time in a re-education centre for vagrancy. Click here to view or download a PDF, size 42 kb.



◊ 2 July 1983
Marracuene: reeducandos produzem para auto-suficiência, José Moiane visita Centro de Reeducação de Jafar. Notícias [Maputo], 2 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 300 kb.

◊ 21 September 1983
Centro de Reeducação para prostitutas no Distrito de Moma, propõe Conferência Distrital da OMM. Notícias [Maputo], 21 September 1983, p.3. Click here to view or download a PDF, size 57 kb.

◊ 27 March 1984
Ex-reeducandos postos em liberdade em Ruarua. Notícias [Maputo], 27 March 1984. Clickhere to view or download a PDF, size 48 kb.

◊ 4 January 1985
Para o centro de reeducação só se vai depois de julgado e condenado. Notícias [Maputo], 4 January 1985. An interview by António Souto with Mário Mangaze. Click here to view or download a PDF, size 235 kb.


Antes da Operação Produção, 1975-1982

◊ 3 November 1975
[No title]. Daily News [Dar es Salaam], 3 November 1975. Over 3,000 men and women accused of vagrancy, drug dealing and prostitution were arrested in five cities and towns, in an operation that ‘will continue indefinitely’. This was one of the earliest manifestations of the impulse that eventually led to Operação Produção. Click here to view or download a PDF, size 98 kb.

◊ 29 May 1982
Opinião pública: necessário controlar afluxo de pessoas à cidade. Notícias [Maputo], 29 May 1982, p.2. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 357 kb.

◊ 31 May 1982
Operações selectivas: dezenas de anti-sociais detidos em Maputo. Notícias [Maputo], 31 May 1982. Click here to view or download a PDF, size 151 kb.

◊ 2 June 1982
Por vadiagem, dezenas de indivíduos levados a Tribunal. Notícias [Maputo], 2 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 152 kb.

◊ 3 June 1982
81 indocumentados conduzidos ao Comando da PPM: 18 responderão em tribunal por vadiagem. Notícias [Maputo], 3 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 125 kb.

◊ 3 June 1982
Opinião pública: cada um deve saber quem é o seu vizinho. Notícias [Maputo], 3 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 221 kb.

◊ 5 June 1982
Opinião pública: recuperar marginais integrando-os na sociedade. Notícias [Maputo], 5 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 310 kb.

◊ 7 June 1982
Opinião pública: obrigar os marginais a regressarem às suas terras. Notícias [Maputo], 7 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 292 kb.

◊ 8 June 1982
Opinião pública: enviar marginais para Zonas Verdes. Notícias [Maputo], 8 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 277 kb.

◊ 11 June 1982
Opinião pública: população deve participar na limpeza de marginais. Notícias [Maputo], 11 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 149 kb.

◊ 11 June 1982

Rogério Sitoe. O bem que vem por mal: avalancha de pedidos de bilhetes de identidade, operação da PPM na origem. 
Notícias [Maputo], 11 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 241 kb.



◊ 14 June 1982
Controlemos o crescimento das nossas cidades: comunicado do Secretariado do Comité Central do Partido Frelimo. Notícias [Maputo], 14 June 1982, p.5. The text of the communiqué, in Portuguese. Click here to view or download a PDF, size 182 kb.

◊ 14 June 1982
Organizar quarteirões: Jorge Rebelo reúne com responsáveis de Células e GDs. Notícias[Maputo], 14 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 97 kb.

O Cartão de Residente

◊ 14 June 1982
Vai ser criado cartão de residente: comunicado do Secretariado do CC do Partido. Notícias[Maputo], 14 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 86 kb.

◊ 15 June 1982


Joseph Hanlon. Maputo imposes pass laws to halt rural influx. Guardian [London], 15 June 1982. Click 
here to view or download a PDF, size 679 kb.

◊ 17 June 1982


Opinião pública: cartão de residente vai minimizar marginalidade. 
Notícias [Maputo], 17 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 194 kb.



◊ 18 June 1982


Opinião pública: cartão de residente disciplinará a cidade. 
Notícias [Maputo], 18 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 221 kb.

 ◊ 19 June 1982

Opinião pública: cartão de residente vai estabilizar a cidade. Notícias [Maputo], 19 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 179 kb.


◊ 21 June 1982


Opinião pública: cartão de residente instrumento necessário. Notícias [Maputo], 21 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 203 kb.


◊ 21 June 1982

Bernardo Mavanga. A cidade desfaz os sonhos dos camponeses. Notícias [Maputo], 21 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 396 kb.

 22 June 1982

Opinião pública: cartão de residente uma vitória. Notícias [Maputo], 22 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 209 kb.

◊ 22 June 1982
Leandro Paul. Nos bairros Luís Cabral e Inhagóia, PPM estende rede para limpeza de marginais: 32 vadios e oito criminosos detidos. Notícias [Maputo], 22 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 116 kb.

◊ 23 June 1982
Opinião pública: cartão de residente arma de defesa. Notícias [Maputo], 23 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 228 kb.

◊ 30 June 1982

Campo-cidade, impor travão ao movimento migratório: geógrafos da população analisam o afluxo. Notícias [Maputo], 30 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 167 kb.



◊ 30 June 1982

Julgamento de acusados por vadiagem. Notícias [Maputo], 30 June 1982. Click here to view or download a PDF, size 60 kb.

 ◊ 30 June 1982


Opinião pública: rusgas trouxeram mais tranquilidade. Notícias [Maputo], 30 June 1982. Short interviews with Maputo residents. Click here to view or download a PDF, size 228 kb.


◊ 2 August 1982

Angoche: combate à marginalidade em debate popular. Notícias [Maputo], 2 August 1982. Click here to view or download a PDF, size 47 kb.

◊ 2 August 1982
A cidade de Maputo, anunciado patrulhamento nos prédios residenciais. Notícias [Maputo], 2 August 1982. Click here to view or download a PDF, size 79 kb.


◊ 5 August 1982

Quatro bairros de Maputo, cadastrados e vadios nas mãos da Polícia: capturado indivíduo na posse ilegal de arma de fogo. Notícias [Maputo], 5 August 1982. Click here to view or download a PDF, size 117 kb.

◊ 6 August 1982
Cartão de residente em mais dez bairros. Notícias [Maputo], 6 August 1982. Click here to view or download a PDF, size 246 kb.

◊ 6 August 1982
Para todo país, fixados prazos para levantamento dos BIs. Notícias [Maputo], 6 August 1982. Click here to view or download a PDF, size 49 kb.


◊ 9 August 1982


Bilhetes de identidade, emissão aumenta: cartão de residente e operações selectivas na origem da situação. 
Notícias [Maputo], 9 August 1982. Click here to view or download a PDF, size 112 kb.



◊ 11 August 1982


Maputo: curandeiros querem cartão de trabalho. 
Notícias [Maputo], 11 August 1982, p.2. Click here to view or download a PDF, size 324 kb.

◊ 14 August 1982


Bernardo Mavanga. Quem tem direito ao cartão de residente: Direcção de Identificação Civil esclarece. 
Notícias [Maputo], 14 August 1982. Click here to view or download a PDF, size 316 kb.



◊ 20 August 1982


Para breve, Arquivo de Identificação Civil em Pemba. 
Notícias [Maputo], 20 August 1982. Click here to view or download a PDF, size 102 kb.



◊ 28 August 1982


Cartão de residente: serviços de identificação esclarecem dúvidas. 
Notícias [Maputo], 28 August 1982. Click here to view or download a PDF, size 110 kb.



◊ 15 July 1983


Operação Produção eliminará desemprego. 
Notícias [Maputo], 15 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 96 kb.



The Speech by Samora Machel, 21 May 1983

◊ 3 May 1983


Mozambican president on unemployment and measures against the enemy. Summary of World Broadcasts [London], 3 May 1983. Click 
here to view or download a PDF, size 23 kb.



◊ 20 May 1983


Indocumentado atingido mortalmente. Notícias [Maputo], 20 May 1983. 
Stopped by the police and unable to produce identification, a man flees and is shot dead. Click here to view or download a PDF, size 55 kb.



◊ 21 May 1983


Samora MachelDefender a pátria, eliminar a fome: tarefa de todos os moçambicanos.[Maputo], Partido Frelimo, 21 May 1983.
1983. 80 pages. (Colecção IV Congresso). Only the passage from pages 75-76 that is directly relevant to Operação Produção is included here; the full text will be made available later in a different section. Click here to view or download a PDF, size 964 kb.



◊ 22 May 1983


Samora Machel. O partido decidiu adequar o estado para correcto exercício do poder.Notícias [Maputo], 22 May 1983, p.2-5.
The front page of Notícias for 22 May consisted of photographs, as well as eight bullet points emphasising the major policies covered by President Machel’s speech the day before. The sixth bullet point was ‘Limpeza das cidades de todos os que não produzem, enviando-os para os distritos’ [Cleaning the cities of all who do not produce, sending them to the districts].



◊ 23 May 1983


Mozambique: campagne contre les «parasites sociaux». 
Le Suisse [Geneva], 23 May 1983. Click here to view or download a PDF, size 62 kb.



◊ 2 June 1983


Marcelino Silva. Cidade de Maputo tem gente a mais: afluxo do campo e desemprego sobrecarregam infra-estruturas. 
Notícias [Maputo], 2 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 166 kb.



◊ 3 June 1983


Estudam-se mecanismos para evacuação das cidades: combate ao desemprego e marginalidade. 
Notícias [Maputo], 3 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 345 kb.



◊ 4 June 1983


Desempregados para o campo, opinam residentes do Maputo falando à nossa reportagem.Notícias [Maputo], 4 June 1983.
Click here to view or download a PDF, size 474 kb.



◊ 4 June 1983


Nunes Rodrigues. Análise: um milhão numa cidade que não é de borracha. 
Notícias[Maputo], 4 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 319 kb.



◊ 6 June 1983


Ao garantir direitos da mulher e do jovem, com «Operação Produção» cresce inserção das ODMs. 
Notícias [Maputo], 6 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 396 kb.



◊ 9 June 1983


Desempregados de novo convidados a sairem de Maputo: comandante da PPM da cidade esclarece algumas questões. 
Notícias [Maputo], 9 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 324 kb.



◊ 10 June 1983


Desempregados podem produzir: regresso aos distritos prepara-se na Beira. 
Notícias[Maputo], 10 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 310 kb.



◊ 11 June 1983


Tornar popular gestão das casas do estado: base executa despejo de ocupantes ilegais, medida abrange devedores de rendas, destruidores de imóveis e iniquilinos sem contrato.Notícias [Maputo], 11 June 1983.
Click here to view or download a PDF, size 195 kb.



◊ 13 June 1983


Distrito devem dar trabalho aos regressados improdutivos: José Moiane em Magude.Notícias [Maputo], 13 June 1983.
Click here to view or download a PDF, size 125 kb.

◊ 14 June 1983
Envolver todos os sectores na integração dos desempregados: Ministro do Interior ao Governo Provincial de Sofala. 
Notícias [Maputo], 14 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 131 kb.

◊ 14 June 1983
Ernesto Zucule. APIE em busca de alicerces: levantamento geral de imóveis terá participação activa dos bairros. 
Notícias [Maputo], 14 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 178 kb.

◊ 15 June 1983


Na limpeza de improdutivos das cidades, legalidade será garantida. 
Notícias [Maputo], 15 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 299 kb.

◊ 16 June 1983


Rogério Sitoe. Registados na Beira mais de 10 mil improdutivos. 
Notícias [Maputo], 16 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 187 kb.

◊ 18 June 1983


Avança registo de desempregados. 
Notícias [Maputo], 18 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 126 kb.

◊ 18 June 1983


Desempregados podem ser foco de criminalidade, opina secretário do GD do Hulene.Notícias [Maputo], 18 June 1983.
Click here to view or download a PDF, size 194 kb.

◊ 19 June 1983


Afectação de desempregados: iniciada inscrição voluntária. Tempo [Maputo], no.662, 19 June 1983, p.9. 
Click here to view or download a PDF, size 108 kb.

A Directiva Ministerial, 15 June 1983

◊ 20 June 1983


Directiva ministerial sobre evacuação das cidades. 
Notícias [Maputo], 20 June 1983, p.3. The directive refers to President Samora Machel’s speech on 21 May 1983, and was issued jointly by the Ministries of Defence, the Interior, Security, and Justice. Click here to view or download a PDF, size 195 kb.

◊ 20 June 1983


Editorial: crescer harmonioso do campo e da cidade. 
Notícias [Maputo], 20 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 210 kb.

◊ 20 June 1983


Evacuação de desempregados: cartão de trabalho documento fundamental. 
Notícias[Maputo], 20 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 252 kb.

◊ 20 June 1983


Inscrição de desempregados no Malhangalene. 
Notícias [Maputo], 20 June 1983. Click hereto view or download a PDF, size 241 kb.

◊ 20 June 1983


Limpeza das cidades: directiva ministerial. 
Notícias [Maputo], 20 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 133 kb.

◊ 21 June 1983


Evacuation of jobless from Mozambique’s towns. Rádio Moçambique broadcast in Portuguese on 21 June, as reported by the Summary of World Broadcasts [London]. Click
here to view or download a PDF, size 398 kb.

◊ 21 June 1983


Libertemos as cidades de improdutivos e marginais: Teodato Hunguana no bairro da Mafalala. 
Notícias [Maputo], 21 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 295 kb.

◊ 21 June 1983


No campo está o futuro: primeiros voluntários inscrevem-se em Mavalane. 
Notícias[Maputo], 21 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 143 kb.

◊ 21 June 1983


Joseph Hanlon. Mozambique to expel unemployed from its cities. Guardian [London], 21 June 1983. Click 
here to view or download a PDF, size 277 kb.

◊ 21 June 1983


Pedro Tivane. Nos próximos quinze dias, improdutivos devem apresentar-se aos GDs: lançada operação de limpeza das cidades. 
Notícias [Maputo], 21 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 316 kb.

◊ 22 June 1983


Operação Pente Fino: cartões de trabalho devem ser emitidos dentro do prazo. 
Notícias[Maputo], 22 June 1983. The term ‘Operation Finetooth Comb’ was possibly a journalistic invention, based on the use of the phrase ‘Vamos pentear casa por casa, prédio por prédio, quarteirão por quarteirão, bairro por bairro’ in President Machel’s speech of 21 May 1983 announcing the initiative [see above]. As far as MHN knows, the expression was not used again. Click here to view or download a PDF, size 183 kb.

◊ 23 June 1983


Cartões das empresas não servem para identificação pública, esclarece porta-voz do Comando Operativo Central. 
Notícias [Maputo], 23 June 1983. Click here to view or download a PDF, size 309 kb.

◊ 28 June 1983


Maputo operative command for evacuation of the unemployed. Broadcast by Rádio Moçambique in Portuguese on 28 June 1983 reported in the Summary of World Broadcasts[London]. Click 
here to view or download a PDF, size 384 kb.

◊ 1 July 1983


Documentos não condicionam emissão do cartão de trabalho: descentralizada venda de impressos. 
Notícias [Maputo], 1 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 108 kb.

◊ 1 July 1983


Operação Produção: voluntários para o campo têm tratamento privilegiado. 
Notícias[Maputo], 1 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 93 kb.

◊ 2 July 1983


Criado Comando Operativo da Zambézia. 
Notícias [Maputo], 2 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 254 kb.

◊ 2 July 1983


Notícias esclarece-o sobre Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 2 July 1983. The first of a series of short items clarifying various aspects of Operation Production. Click here to view or download a PDF, size 58 kb.

◊ 2 July 1983




Operação Produção: desempregados afluem aos Grupos Dinamizadores. 
Notícias [Maputo], 2 July 1983. Includes a sub-heading ‘Curandeiros reclamam cartão de trabalho’ [Traditional healers want work-cards]. Click here to view or download a PDF, size 89 kb.

◊ 2 July 1983


Quem abandonou um serviço não pode ser readmitido, adverte Comando Central Operativo.Notícias [Maputo], 2 July 1983.
Click here to view or download a PDF, size 82 kb.

◊ 2 July 1983


Vale do Infulene incentivo para desempregados. 
Notícias [Maputo], 2 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 300 kb.

◊ 2 July 1983


Albano Naroromele. Operação Produção: GD’s avaliam utilidade social de trabalhadores em regime livre. 
Notícias [Maputo], 2 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 206 kb.

◊ 3 July 1983


Evacuação de improdutivos: Maputo com a máquina em movimento. Tempo [Maputo], no.664, 3 July 1983, p.7. 
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◊ 4 July 1983


Desempregados nas cidades: última oportunidade para não serem retirados à força. 
Notícias[Maputo], 4 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 91 kb.

◊ 4 July 1983


Notícias esclarece-o sobre Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 4 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 105 kb.

                     Maputo: the Beginning of Compulsion

◊ 4 July 1983


A partir de amanhã, Operação Produção em segunda fase. 
Notícias [Maputo], 4 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 63 kb.

◊ 4 July 1983


Secretários de GD’s em tempo pleno nas tarefas do bairro, determina Comando Central Operativo. 
Notícias [Maputo], 4 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 79 kb.

◊ 4 July 1983


Naftal Donaldo. Na Operação Produção, cresce capacidade das estruturas de bairro.Notícias [Maputo], 4 July 1983.
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◊ 5 July 1983


No último dia da primeira fase, hesitantes afluem aos GD’s. Notícias [Maputo], 5 July 1983. 
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◊ 5 July 1983


Nos Centros de Verificação e Evacuação em Maputo, organizadas condições para correcto funcionamento. 
Notícias [Maputo], 5 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 98 kb.

◊ 5 July 1983


Notícias esclarece-o sobre Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 5 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 239 kb.

◊ 5 July 1983


Operação Produção: criadas condições para evacuação dos abrangidos. 
Notícias [Maputo], 5 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 287 kb.

◊ 6 July 1983


Editorial: chegou a hora do humanitarismo. 
Notícias [Maputo], 6 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 292 kb.

◊ 6 July 1983


Falsificadores de documentos querem outros documentos. 
Notícias [Maputo], 6 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 115 kb.

◊ 6 July 1983


Notícias esclarece-o sobre Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 6 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 113 kb.

◊ 6 July 1983


Operação Produção: desempregados regressam às províncias de origem. 
Notícias [Maputo], 6 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 145 kb.

◊ 6 July 1983


Operação Produção: identificação começou pelas casas de dirigentes, em Maputo documentos passam a ser emitidos pelos Postos de Verificação. 
Notícias [Maputo], 6 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 350 kb.

◊ 6 July 1983


Para lutarem contra fome, trabalhadores da agricultura oferecem-se para o campo: 70 voluntários abandonam a cidade. 
Notícias [Maputo], 6 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 160 kb.

◊ 6 July 1983


Naftal Donaldo. Sentimo-nos bem onde pudermos produzir: afirmam desempregados de regresso à terra natal. 
Notícias [Maputo], 6 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 408 kb.

◊ 7 July 1983


Comando Central autoriza afectação de chefes de quarteirões. 
Notícias [Maputo], 7 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 124 kb.

◊ 7 July 1983


Denuncie a agitação, apela porta-voz do Comando da Cidade. 
Notícias [Maputo], 7 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 215 kb.

◊ 7 July 1983


Evacuação de improdutivos: reuniões em bairros de Nampula. 
Notícias [Maputo], 7 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 220 kb.

◊ 7 July 1983


Nos postos de verificação, parasitas renitentes prestam contas à justiça. 
Notícias [Maputo], 7 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 292 kb.

◊ 7 July 1983


Operação Produção: visitas de controlo aos postos de verficação, Comando Central frisa defesa da legalidade e justiça. 
Notícias [Maputo], 7 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 278 kb.

◊ 7 July 1983


Albano Naroromele. Lá na terra é que temos maneira certa de viver: desempregados ao abandonarem a cidade de Maputo. 
Notícias [Maputo], 7 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 312 kb.

◊ 7 July 1983


Cadir Usse. Operação Produção: está a surtir efeitos positivos. 
Notícias [Maputo], 7 July 1983. Letter to the editor. Click here to view or download a PDF, size 218 kb.

◊ 8 July 1983


De quintal em quintal ao centro de evacuação: trajectória de um jovem a mais na cidade.Notícias [Maputo], 8 July 1983.
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◊ 8 July 1983


Inhambane recebe evacuados de Maputo: criadas brigadas para o enquadramento nos distritos. 
Notícias [Maputo], 8 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 145 kb.



◊ 8 July 1983


Mais carros integrados na Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 8 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 88 kb.

◊ 8 July 1983


Na Operação Produção, estão garantidos direitos do cidadão. 
Notícias [Maputo], 8 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 264 kb.

◊ 8 July 1983


Notícias esclarece-o sobre Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 8 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 196 kb.

◊ 8 July 1983


Sempre ajudante de qualquer coisa: história de um jovem numa família de improdutivos.Notícias [Maputo], 8 July 1983.
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◊ 8 July 1983


Naftal Donaldo. Operação Produção politiza funcionários. 
Notícias [Maputo], 8 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 341 kb.

◊ 9 July 1983


Ainda não sei do que estou a viver: um cidadão por evacuar da cidade. 
Notícias [Maputo], 9 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 238 kb.

◊ 9 July 1983


Notícias esclarece-o sobre Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 9 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 143 kb.

◊ 9 July 1983


Para correcto desenrolar da Operação Produção, formação e controle das estruturas de base. 
Notícias [Maputo], 9 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 276 kb.

◊ 9 July 1983


Sofala: distritos prontos a enquadrar improdutivos. 
Notícias [Maputo], 9 July 1983. Clickhere to view or download a PDF, size 229 kb.

◊ 9 July 1983


F. Mabhandla. Depoimento: como fui atendido. 
Notícias [Maputo], 9 July 1983. Clickhere to view or download a PDF, size 275 kb.

◊ 9 July 1983


David Mabondo and Albino Macuácua
Opinião pública. Combater amiguismo na Operação Produção. Deposito confiança na Operação Produção. Notícias [Maputo], 9 July 1983. A letter and a short interview from and with readers. Click here to view or download a PDF, size 218 kb.

◊ 9 July 1983


Felisberto Matusse. Com justiça e rigor, postos de verificação desfazem irregularidades.Notícias [Maputo], 9 July 1983.
Click here to view or download a PDF, size 138 kb.

◊ 10 July 1983


Narciso Castanheira. Operação Produção: primeiros voluntários avançam. 
Tempo[Maputo], no.665, 10 July 1983, p.10-13. Click here to view or download a PDF, size 643 kb.

◊ 10 July 1983


Narciso Castanheira. Sou voluntário: 70 jovens do M.A. oferecem-se para trabalhar no campo. 
Tempo [Maputo], no.665, 10 July 1983, p.13. Click here to view or download a PDF, size 217 kb.

◊ 11 July 1983
Com a Operação Produção, cidade começa a ficar desanuviada. 
Notícias [Maputo], 11 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 371 kb.

◊ 11 July 1983
Em menos 15 dias, Sofala duplica emissão de Cartões de Trabalho. 
Notícias [Maputo], 11 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 125 kb.

◊ 11 July 1983
Fiquei suspenso até ser abrangido pela Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 11 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 163 kb.

◊ 11 July 1983
GD’s clarificam situação dos interpelados, revelam Postos de Verificação. 
Notícias[Maputo], 11 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 236 kb.

◊ 11 July 1983
Na Operação Produção, só participação dos bairros evita erros e burocratização. 
Notícias[Maputo], 11 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 182 kb.

◊ 11 July 1983
Operação Produção em Chimoio: voluntários escolheram lugares para viver. 
Notícias[Maputo], 11 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 256 kb.

◊ 12 July 1983
Com mil meticais, queria comprar agente da brigada: denunciadas outras tentativas de suborno no decorrer da Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 12 July 1983, p.2. Clickhere to view or download a PDF, size 328 kb.

◊ 12 July 1983
Manica: Operação Produção alastrada a toda a província. 
Notícias [Maputo], 12 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 182 kb.

◊ 12 July 1983
Notícias esclarece-o sobre Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 12 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 138 kb.

◊ 12 July 1983
Naftal Donaldo. Legalidade implica denúncia de infiltrados: Comando Operativo da Cidade controla Postos de Verificação e Centros de Evacuação. 
Notícias [Maputo], 12 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 301 kb.

◊ 13 July 1983
Guia de marcha obrigatória em viagem: levantamento dos indivíduos que receberam formação e abandonaram postos de trabalho. 
Notícias [Maputo], 13 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 177 kb.

Beira: the Operation Begins

◊ 14 July 1983
Beira a um dia da Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 14 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 115 kb.

◊ 14 July 1983
Maior operatividade dos Postos de Verificação, recomenda Comando Operativo da Cidade de Maputo. 
Notícias [Maputo], 14 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 208 kb.

◊ 14 July 1983
Medidas para corrigir erros na Operação Produção: postas em liberdade mulheres detidas irregularmente. 
Notícias [Maputo], 14 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 148 kb.

◊ 14 July 1983
Nampula: voluntários enquadrados em zonas produtivas, emitidos dez mil Cartões de Trabalho. 
Notícias [Maputo], 14 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 133 kb.

◊ 14 July 1983
Notícias esclarece-o sobre Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 14 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 158 kb.

◊ 14 July 1983
Operação Produção deve ser permanente. 
Notícias [Maputo], 14 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 154 kb.

◊ 14 July 1983
António Souto. Operação Produção: respeito pela família uma prioridade. 
Notícias[Maputo], 14 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 196 kb.

◊ 15 July 1983
Estrangeiros na RPM: casos de irregularidade alvos de profunda análise. 
Notícias [Maputo], 15 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 107 kb.

◊ 15 July 1983
Seriedade e honestidade na Operação Produção, exige Alberto Massavanhane no Bairro da Coop. 
Notícias [Maputo], 15 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 110 kb.

◊ 16 July 1983
Operação Produção: primeira fase iniciada na Beira. 
Notícias [Maputo], 16 July 1983. Clickhere to view or download a PDF, size 48 kb.

◊ 16 July 1983
Xai-Xai com menos marginais e improdutivos. 
Notícias [Maputo], 16 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 81 kb.

◊ 17 July 1983
Defender legalidade, reprimir renitentes. 
Notícias [Maputo], no.666, 17 July 1983, p.20-21.Click here to view or download a PDF, size 250 kb.

◊ 17 July 1983
Narciso Castanheira. Operação Produção: ‘Já não me sinto parasita’. 
Tempo [Maputo], no.666, 17 July 1983, p.16-20. Click here to view or download a PDF, size 669 kb.

◊ 18 July 1983
Naftal Donaldo. Bairro da Coop: detectados casos de denúncias infundadas. 
Notícias[Maputo], 18 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 301 kb.

◊ 19 July 1983
Manter a ofensiva para se evacuarem improdutivos, exorta o Comando Operativo Central.Notícias [Maputo], 19 July 1983.
Click here to view or download a PDF, size 83 kb.

◊ 19 July 1983
Operação Produção: decorre na Beira inscrição voluntária. 
Notícias [Maputo], 19 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 91 kb.

◊ 19 July 1983
Naftal Donaldo. Postos de Verificação da Operação Produção: implantação popular devido a eficiência e justiça. 
Notícias [Maputo], 19 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 228 kb.

◊ 19 July 1983
Joseph Hanlon. Mozambique forces unproductive into rural work. Guardian [London], 19 July 1983. Click 
here to view or download a PDF, size 267 kb.

◊ 20 July 1983
Austeridade nos gastos do Estado, afectar na produção motoristas improdutivos: nova legislação exorta serviços a reduzir efectivos. 
Notícias [Maputo], 20 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 281 kb.

◊ 20 July 1983
Desempregados da Beira convidados a inscreverem-se. 
Notícias [Maputo], 20 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 145 kb.

◊ 20 July 1983
Evacuados das cidades já produzem, constata Comando Operativo da Província do Maputo.Notícias [Maputo], 20 July 1983.
Click here to view or download a PDF, size 370 kb.

◊ 20 July 1983
Evacuados para Inhambane já estão a trabalhar: prosseguem detenções de renitentes na capital provincial. 
Notícias [Maputo], 20 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 147 kb.

◊ 20 July 1983
Valentim Daniel. Em N’Guri e Nangololo, população acarinha e apoia evacuados. 
Notícias[Maputo], 20 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 150 kb.

◊ 20 July 1983
Albano Naroromele. Postos de Verificação da Operação Produção: informação da base esclarece e desmascara, juizes-presidentes de Tribunais de Postos de Verificação. 
Notícias[Maputo], 20 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 288 kb.

◊ 21 July 1983
Mozambique: rationale for sending unemployed to countryside. Radio Maputo in English on 21 July 1983, reported by the Summary of World Broadcasts [London]. Click 
here to view or download a PDF, size 128 kb.

◊ 21 July 1983
Na Operação Produção, tentativas de suborno neutralizadas nas Mahotas e Bairro Central: implicados responderão perante Tribunal Popular Provincial. 
Notícias [Maputo], 21 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 168 kb.

◊ 21 July 1983
Ofensiva é contra fome e parasitismo, reafirma Comando Operativo de Nampula. 
Notícias[Maputo], 21 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 133 kb.

◊ 21 July 1983
Reclusos soltos passam pelos postos de verificação. 
Notícias [Maputo], 21 July 1983. Clickhere to view or download a PDF, size 102 kb.

◊ 21 July 1983
Repatriamento de estrangeiros em situação ilegal na RPM. 
Notícias [Maputo], 21 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 308 kb.

◊ 22 July 1983
Operação Produção: prostituta afinal não era só a mulher, esclareceu OMM num caso ocorrido em Tete. 
Notícias [Maputo], 22 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 126 kb.

◊ 23 July 1983
Delicadeza e maturidade dominam actuação dos PV, constata Presidente do Conselho Executivo de Maputo. 
Notícias [Maputo], 23 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 298 kb.

◊ 23 July 1983
Norte dá trabalho aos improdutivos: maioria dos evacuados das cidades estão no Niassa e em Cabo Delgado. 
Notícias [Maputo], 23 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 207 kb.

◊ 23 July 1983
Operação Produção: desencadeada fase de visitas às casas, Comando Operativo do Maputo constitui Brigadas de Controlo do Parque Imobiliário. 
Notícias [Maputo], 23 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 129 kb.

◊ 24 July 1983
Narciso Castanheira. Operação Produção: punir os desvios. 
Tempo [Maputo], no.667, 24 July 1983, p.16-19. Click here to view or download a PDF, size 465 kb.

◊ 24 July 1983
Valentim Daniel. Em N’Guri e Nangololo: população acarinha e apoia evacuados. 
Tempo[Maputo], no.667, 24 July 1983, p.19. Click here to view or download a PDF, size 95 kb.

◊ 27 July 1983
Para evitar oportunismo e defender dignidade, tribunais rigorosos a julgar acusações de prostituição. 
Notícias [Maputo], 27 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 157 kb.

◊ 28 July 1983
Entre as estruturas de base envolvidas na Operação Produção, coordenação e complementaridade defendem sentido político. 
Notícias [Maputo], 28 July 1983. Click hereto view or download a PDF, size 291 kb.

◊ 28 July 1983
Ex-funcionário da APIE detido pela Operação Produção: não pagou rendas e vendeu recheio da casa. 
Notícias [Maputo], 28 July 1983. Click here to view or download a PDF, size 152 kb.

◊ 29 July 1983
Compreensão e delicadeza na Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 29 July 1983. Clickhere to view or download a PDF, size 104 kb.

◊ 29 July 1983
Mais do que mera acção policial, verificação de casas é uma medida política: Alberto Massavanhane ao dirigir seminário sobre o assunto. 
Notícias [Maputo], 29 July 1983. Clickhere to view or download a PDF, size 146 kb.

◊ 29 July 1983
Operação Produção: a dois dias do termo da primeira fase desempregados afluem em massa. 
Notícias [Maputo], 29 July 1983. A report on the end of the voluntary phase in Beira. Click here to view or download a PDF, size 72 kb.

◊ 29 July 1983
Responsável de bairro acusado de desvirtuar Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 29 July 1983. A functionary is accused of issuing a work card to an unemployed con-man, after hiring him as a domestic worker. Click here to view or download a PDF, size 36 kb.

◊ 31 July 1983
Fernando Manuel. Operação Produção: combate à fome começa no campo. 
Tempo[Maputo], no.668, 31 July 1983, p.10-12. Click here to view or download a PDF, size 1.5 Mb.

◊ August 1983
Operação Produção: queria salvar o amigo e passou-lhe Cartão de Trabalho, implicados sob custódia no PV no Bairro George Dimitrov. 
Notícias [Maputo], August 1983. Click here to view or download a PDF, size 133 kb.

◊ 1 August 1983
Na via pública, maior organização na Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 1 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 87 kb.

◊ 1 August 1983
Operação Produção: evadidos reconduzidos ao Centro de Evacuação. 
Notícias [Maputo], 1 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 115 kb.

◊ 2 August 1983
Operação Produção: iniciada na capital verificação de casas, abrangidas ontem Bairros Central, Alto Maé, Malhangalene, Coop e Polana. 
Notícias [Maputo], 2 August 1983. House-to-house visits by the police and others to check residency and work documents. Click here to view or download a PDF, size 303 kb.

◊ 2 August 1983
Albano Naroromele. Operação Produção no momento oportuno, Tenente-General Alberto Chipande falando em Cabo Delgado. 
Notícias [Maputo], 2 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 138 kb.

◊ 4 August 1983
Abel Faife. Operação Produção na habitação: compreensão dos moradores facilita o trabalho, necessária maior uniformização de critérios na verificação. 
Notícias [Maputo], 4 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 243 kb.

◊ 4 August 1983
Albano Naroromele. Se a evacuação não for justa, cidadãos convidados a apresentar recurso: Ministro Armando Guebuza aos ex-improdutivos. 
Notícias [Maputo], 4 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 274 kb.

◊ 5 August 1983
Abel Faife. Operação Produçaõ na habitação: Malhangalene, ou o gigantismo da confusão.Notícias [Maputo], 5 August 1983. Reformatted by MHN. Includes two short boxed stories: Participação popular, and, É despensa e não armazém, diz o tribunal. 
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◊ 7 August 1983
Operação Produção: o cerco aperta-se. 
Domingo [Maputo], 7 August 1983, p.3. Click hereto view or download a PDF, size 288 kb.

 ◊ 8 August 1983
Para defender a Operação Produção, evitar fugas de parasitas, combater prepotências: Jorge Rebelo em reunião com estruturas de base na capital. 
Notícias [Maputo], 8 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 177 kb.

◊ 9 August 1983
Prepara-se segunda fase da Operação Produção em Sofala. 
Notícias [Maputo], 9 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 115 kb.

◊ 10 August 1983
Operação Produção na habitação: cidade lava a face em limpezas de última hora, cresce procura de materiais de construção. 
Notícias [Maputo], 10 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 153 kb.

◊ 14 August 1983
Narciso Castanheira. Operação Produção de casa em casa. 
Tempo [Maputo], no.670, 14 August 1983, p.20-21. Click here to view or download a PDF, size 320 kb.

◊ 14 August 1983
Hilário Matusse. Cidadãos honestos apoiam Operação Produção. Tempo [Maputo], no.670, 14 August 1983, p.22-23. Pages also include box story entitled ‘Operação Produção às 2.15 numa boite’ by Augusto Casimiro. 
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◊ 14 August 1983
Albano Naroromele. Operação Produção: uma missão histórica. Tempo [Maputo], no.670, 14 August 1983, p.14-19. Includes two box stories: Uma palavra sobre justiça e enquadramento profissional, and, Províncias demonstraram capacidade de resposta. 
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◊ 20 August 1983
Naftal Donaldo.
Errado substituir mobilização por coersão, adverte segundo Vice-Ministro do Interior aos Comandos Operativos Provincial e Distritais. Notícias [Maputo], 20 August 1983. Report datelined Nampula. Click here to view or download a PDF, size 243 kb.

◊ 21 August 1983
Experiência que cresce. Tempo [Maputo], no.671, 21 August 1983, p.21. 
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◊ 21 August 1983
Narciso Castanheira. Viver por dentro a Operação Produção: participantes à terceira sessão extraordinária da Assembleia da Cidade de Maputo. 
Tempo [Maputo], no.671, 21 August 1983, p.20-22. Click here to view or download a PDF, size 245 kb.

◊ 21 August 1983
Hilário Matusse. Desempregados a caminho do futuro. 
Tempo [Maputo], no.671, 21 August 1983, p.22-24. Click here to view or download a PDF, size 281 kb.

◊ 21 August 1983
Tómas Vieira Mário. Uma experiência para valorizar. 
Tempo [Maputo], no.671, 21 August 1983, p.24-25. Click here to view or download a PDF, size 225 kb.

◊ 23 August 1983
Nos postos de trabalho só ficam os que realmente produzem, determina Comando Central Operativo, levando a Operação Produção às empresas e serviços. 
Notícias [Maputo], 23 August 1983. The Minister of the Interior, Armando Guebuza, is quoted as saying that ‘only those who are really productive can stay at their posts’. Click here to view or download a PDF, size 76 kb.

◊ 24 August 1983
Dois agentes da PIC sentenciados por violação durante a Operação Produção. 
Notícias[Maputo], 24 August 1983. Two policemen in Inhambane sentenced for attempted rape during Operation Production. Click here to view or download a PDF, size 100 kb.

◊ 24 August 1983
Operação Produção: improdutivos da Beira começaram a ser evacuados. 
Notícias[Maputo], 24 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 109 kb.

◊ 25 August 1983
Revisão na atribuição de cartões de trabalho: três empregados domésticos é o máximo por agregado, medidas rigorosas quanto a trabalhadores por conta própria. 
Notícias [Maputo], 25 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 217 kb.

◊ 26 August 1983
É com este ferro que ele te bate? 
Notícias [Maputo], 26 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 105 kb.

◊ 27 August 1983
Operação Produção: iniquilino destrói casa após sentença de despejo, danos montam a mais de 800 contos. 
Notícias [Maputo], 27 August 1983, p.2. Click here to view or download a PDF, size 561 kb.

◊ 27 August 1983
Operação Produção reforça unidade, assegura desenvolvimento, salienta Coronel Sérgio Vieira. 
Notícias [Maputo], 27 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 218 kb.

◊ 27 August 1983
Naftal Donaldo. Retirar da produção doentes e idosos que foram evacuados, determina delegação do Comando Central Operativo em Cabo Delgado. 
Notícias [Maputo], 27 August 1983. Click here to view or download a PDF, size 112 kb.

◊ 27 August 1983
Felisberto Matusse. Por ocupação ilegal, representantes de ministérios no banco dos réus.Notícias [Maputo], 27 August 1983, p.2.
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◊ 28 August 1983
Curandeiros querem ser enquadrados. 
Tempo [Maputo], no.672, 28 August 1983, p.23-25.Click here to view or download a PDF, size 880 kb.

◊ 28 August 1983
Um caso exemplar. Tempo [Maputo], no.672, 28 August 1983, p.24. 
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◊ 28 August 1983
Narciso Castanheira. Operação Produção: até onde é que devemos intervir? Deputados à Assembleia da Cidade de Maputo. Tempo [Maputo], no.672, 28 August 1983, p.21-23.Click 
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◊ 29 August 1983
Naftal Donaldo. A comida chega: vamos construir casas e as famílias podem vir, ex-improdutivos evacuados do Maputo para Nropa e Chipembe. 
Notícias [Maputo], 29 August 1983, p.8. Click here to view or download a PDF, size 181 kb.

◊ 29 August 1983
Naftal Donaldo. Em Cabo Delgado, aprofundada essência da Operação Produção.Notícias [Maputo], 29 August 1983, p.8.
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◊ September 1983
Operação Produção: passados os primeiros momentos, improdutivos tentam regressar à cidade. 
Notícias [Maputo], September 1983. The date of this item is uncertain; the year is 1983. Click here to view or download a PDF, size 148 kb.

◊ 4 September 1983
Narciso Castanheira. Quem de facto trabalha? Tempo [Maputo], no.673, 4 September 1983, p.26-29. 
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◊ 4 September 1983
Filipe Ribas. Operação Produção: Nampula em tempo de acertos. 
Tempo [Maputo], no.673, 4 September 1983, p.22-26. Click here to view or download a PDF, size 855 kb.

◊ 10 September 1983
Felisberto Matusse. Reverificação das casas: desconhecimento dos deveres leva iniquilinos a tribunal, Juíz-Presidente do Tribunal da Machava ao «Notícias». 
Notícias [Maputo], 10 September 1983. Click here to view or download a PDF, size 177 kb.

◊ 11 September 1983
Narciso Castanheira. Operação Produção e abastecimento: cartão provisório serve para levantar géneros. 
Tempo [Maputo], no.674, 11 September 1983, p.14-15. Click here to view or download a PDF, size 265 kb.

◊ 23 September 1983
Na cidade de Maputo, Operação Produção acção permanente, decide Comando Operativo respectivo. 
Notícias [Maputo], 23 September 1983, p.8. Click here to view or download a PDF, size 116 kb.

◊ 23 September 1983
Naftal Donaldo. Operação Produção uma ofensiva política e não rusgas policiais. 
Notícias[Maputo], 23 September 1983. Click here to view or download a PDF, size 196 kb.

◊ 24 September 1983
NSA e Operação Produção interessam à Tanzania, governador de Dar-es-Salaam em Maputo. 
Notícias [Maputo], 24 September 1983. The Tanzanian authorities express interest in the Maputo food rationing system and in Operation Production, as they might be applied in Dar es Salaam. Click here to view or download a PDF, size 90 kb.

◊ 25 September 1983
Boavida Funjua. Para escapar à Operação Produção, chefe de marginais usava documentação falsa. 
Domingo [Maputo], 25 September 1983. Click here to view or download a PDF, size 149 kb.

◊ 7 October 1983
Niassa: aqui começa Moçambique novo. 
O Jornal [Lisbon], 7 October 1983. Item scanned from a very poor photocopy. Click here to view or download a PDF, size 946 kb.

◊ 7 October 1983
Sérgio Vieira, governador do Niassa, a «O Jornal»: uma das consequências da Operação Produção será o desenvolvimento do português. 
O Jornal [Lisbon], 7 October 1983. Sérgio Vieira argued that the Portuguese language will change as a result of Operação Produção. Click here to view or download a PDF, size 276 kb.

◊ 9 October 1983
Hilário Matusse. Operação Produção: evacuados vão receber familiares, Tanzania estuda operação e NSA. 
Tempo [Maputo], no.678, 9 October 1983, p.22-24. Click here to view or download a PDF, size 1.7 Mb.

◊ 6 November 1983
Narciso Castanheira. Sofala: os passos que a Operação Produção deu. Tempo [Maputo], no.682, 6 November 1983, p.29-35. Article consists of the following four sections: 1.Detectar o verdadeiro improdutivo; 2. De regresso a casa; 3. Nossos maridos já têm ocupação: mulheres de ex-improdutivos afectados na Companhia do Búzi; 4. No campo como é? Búzi a titulo de exemplo. Click 
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◊ 23 November 1983
Prossegue no Zimbabwe Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 23 November 1983. Not only Tanzania, but also Zimbabwe copied the social engineering methods of the Mozambicans. Click here to view or download a PDF, size 43 kb.

◊ 24 November 1983
Desde o início da Operação Produção, APIE atribiu em Maputo cerca de 430 casas: novas atribuições previstas em breve. 
Notícias [Maputo], 24 November 1983. Houses and apartments vacated by the unproductive are allocated to new tenants. Click here to view or download a PDF, size 58 kb.

◊ 26 November 1983
Felisberto Matusse. Na frente de habitação, Operação Produção melhora nossa visa: Mário Guerreiro ao «Notícias». 
Notícias [Maputo], 26 November 1983. Click here to view or download a PDF, size 109 kb.

◊ 6 December 1983


Ex-improdutivos já têm vida melhor. 
Notícias [Maputo], 6 December 1983. Click here to view or download a PDF, size 96 kb.

◊ 10 December 1983


João Carimo. Chinde e Mopeia na luta contra marginalidade e crime: Mário Machungo anuncia desencadeamento da Operação Produção. 
Notícias [Maputo], 10 December 1983. Click here to view or download a PDF, size 158 kb.

◊ 26 December 1983


Zambézia: deputados exigem mais da Operação Produção, criado órgão de recurso no Comando Operativo. 
Notícias [Maputo], 26 December 1983. Click here to view or download a PDF, size 164 kb.

◊ 29 December 1983


Albano Naroromele. Gente das cidades está em Chipembe: produção e mudança da vida duas faces da mesma moeda. 
Notícias [Maputo], 29 December 1983. Click here to view or download a PDF, size 211 kb.

◊ 9 January 1984


Albano Naroromele. Operação Produção: sem comida não há profissão, Silvério M’sipo, director da Empresa Agrária de Chipembe, em Cabo Delgado. 
Notícias [Maputo], 9 January 1984. Click here to view or download a PDF, size 296 kb.

◊ 7 February 1984


Operação Produção reduz furtos na Manhiça. 
Notícias [Maputo], 7 February 1984. Clickhere to view or download a PDF, size 46 kb.

◊ 1 March 1984
Instituído regulamento sobre circulação de pessoas. Notícias [Maputo], 1 March 1984. Rules on the «guia de marcha» or internal passport for travellers within Mozambique. Clickhere to view or download a PDF, size 106 kb.

◊ 1 March 1984
Operação Produçaõ: familiares dos evacuados juntam-se aos seus parentes, mais de 400 famílias já abandonaram a cidade. Notícias [Maputo], 1 March 1984. Click here to view or download a PDF, size 111 kb.

◊ 7 April 1984
Operação Produção: Nampula analisa trabalho realizado. Notícias [Maputo], 7 April 1984. Click here to view or download a PDF, size 67 kb.

◊ 10 April 1984
Correcção de deficiências na Operação Produção: Ministro Guebuza esteve no Niassa.Notícias [Maputo], 10 April 1984. Click here to view or download a PDF, size 302 kb.

◊ 10 April 1984
Baltazar Maninguane. Comando Operativo verifica Operação Produção: efectiva integração dos novos residentes, definida como prioritário. Notícias [Maputo], 10 April 1984. «Niassa no frente de combate ao subdesenvolvimento» (1). Click here to view or download a PDF, size 271 kb.

◊ 11 April 1984
Baltazar Maninguane. Colocar novos residentes nos sectores de produção. Notícias[Maputo], 11 April 1984. «Niassa no frente de combate ao subdesenvolvimento» (2). Clickhere to view or download a PDF, size 279 kb.

◊ 12 April 1984
Viabilizar reencontro entre ex-improdutivos e familiares. Notícias [Maputo], 12 April 1984. Click here to view or download a PDF, size 72 kb.

◊ 12 July 1984
Moçambique: bispos denunciam abusos da operação produção. Primeiro de Janeiro[Lisbon], 12 July 1984. Click here to view or download a PDF, size 322 kb.

◊ 3 May 1986
Mozambican president on unemployment and measures against the enemy. Summary of World Broadcasts [London], 3 May 1986. Report on a May Day speech by President Samora Machel. Click here to view or download a PDF, size 23 kb.

◊ 6 July 1986
Ananias Benjamim Sigaúque. Melhorar Operação Produção. 
Domingo [Maputo], 6 July 1986. Click here to view or download a PDF, size 1.4 Mb.



O fim da  Operação Produção

◊ 10 May 1988
Government halts controversial labor program. Foreign Broadcast Information Service (FBIS) [Washington DC], no.FBIS-AFR-88-090, 10 May 1988, p.3-4. President Joaquim Chissano announces the official end of the Operation Production programme. Click here to view or download a PDF, size 305 kb.

 ◊ 14 May 1988
Frelimo acknowledges error. Indian Ocean Newsletter [Paris], no.332, 14 May 1988, p.4. Click here to view or download a PDF, size 101 kb.

 ◊ 15 December 1988
Rogério Sitoe. (Ex)-improdutivos: o regresso às famílias cerca de cinco anos depois, partiram de Pemba dia 8 e prevê-se chegada a Maputo dia 19. Notícias [Maputo], 15 December 1988. The ‘evacuated ones’ are allowed to make their way back home to their families, five years later. Click here to view or download a PDF, size 358 kb.




“PENA QUE NÃO CONTINUEMOS A TER CAMPOS DE REEDUCAÇÃO”, DIZ JOAQUIM CHISSANO

PENA QUE NÃO CONTINUEMOS A TER CAMPOS DE REEDUCAÇÃO”, DIZ JOAQUIM CHISSANO
Joaquim Alberto Chissano, presidente de Moçambique, 1986-2005
Para Joaquim Chissano, ex-Presidente de Moçambique, não foram medidas impopulares tomadas pela FRELIMO que levaram a uma rebelião contra o governo e, portanto, à guerra civil. A guerra foi, para ele, de desestabilização.
“Guerra civil é uma guerra que nasce por causa de um conflito interno dentro de um país, entre duas partes da população ou entre entidades políticas. Não foi o que aconteceu no nosso país.” Em 1986, depois da morte de Samora Machel, Joaquim Chissano assumiu a presidência de Moçambique.
A 4 de outubro de 1992, Chissano assinou, pela FRELIMO, a Frente de Libertação de Moçambique, o Acordo Geral de Paz com a RENAMO, a Resistência Nacional Moçambicana.
DW África: Há quem diga que a guerra civil em Moçambique só foi possível, porque outros países interferiram e financiaram os dois lados da guerra. Concorda?


Joaquim Chissano (JC): Não concordo. Se tivesse sido só a Rodésia e terminasse com a independência da Rodésia, já estávamos quase a resolver tudo. Mas a África do Sul tomou o comando e continuou. Portanto não se tratou apenas de financiar. Tratou-se de preparar todas as condições: desde a conceção, treinamento, toda a logística e a direção das operações. E as primeiras bases daquilo que podemos chamar – para facilitar a compreensão – de rebeldes foram criadas por oficiais das forças militares rodesianas, por sinal, brancos. E os primeiros ataques foram realmente conduzidos no terreno por eles. Moçambique defendeu-se como um país soberano e utilizou as forças armadas que tinha e procurou os apoios em armamento nos países com que tinha relações e felizmente já tínhamos relações com um certo número de países sobretudo os países socialistas que nos apoiaram para aguentarmos com essa guerra.
DW África: Então quais foram os papéis da RENAMO e da FRELIMO?
JC: Os países que eram hostis a Moçambique utilizaram este movimento anti-independência, recrutaram pessoas, utilizando métodos psico-sociais, em que se formam as mentalidades de um certo número de moçambicanos que saem de Moçambique e vão oferecer-se para serem treinados na Rodésia. E mais tarde, muitos deles foram raptados e instrumentalizados e assim ingressaram no que depois veio a chamar-se de RENAMO.
E o papel deles era fazer aquilo que eram instruídos para fazer, muitos foram feitos crer que tinham um movimento próprio. Eles dizem que estavam a opor-se ao comunismo, à ditadura, mas esta guerra de desestabilização começa apenas seis meses [depois de proclamada a independência], não tinham visto como a FRELIMO ia governar, portanto estavam já com ideias pré-concebidas e começam a lutar contra nós. E se calhar essa luta obrigou-nos a ir mais depressa e a definir-nos como aliados dos países comunistas, porque tinham mobilizado toda uma força contra nós e nós tínhamos aquela proteção.
Bom, e o papel da FRELIMO era defender o país, era um país soberano, só tem um papel. A luta não foi entre a RENAMO e a FRELIMO. A luta foi entre a RENAMO com os países do exterior contra o governo, contra o Estado moçambicano. Muita gente fala da guerra entre RENAMO e FRELIMO, está errado.
DW África: Em qualquer conflito há violações dos direitos humanos. Tendo em vista as atrocidades cometidas pela RENAMO durante a guerra, como se explica a adesão sobretudo no centro do país?
JC: Não sei se isso corresponde à verdade. Mas o impacto das próprias atrocidades tornou muita parte da população, nos princípios, subserviente à RENAMO, sobretudo onde eles pareciam ser mais fortes do que a FRELIMO. Porque o critério era: “Ou você está connosco ou vocês está morto”. E, como a FRELIMO não fazia a mesma coisa, diziam “esses são mais fortes, nós temos de nos encostar aos mais fortes”. Mas isso depois desapareceu.
DW África: Acha que a FRELIMO optou por algumas medidas consideradas impopulares que terão levado ao descontentamento de parte da população?
JC: Eu não estou a ver quais medidas impopulares é que podiam ter sido tomadas. Alguns erros podem ter sido cometidos, sim, quando foi da criação das aldeias comunais. Em algumas zonas do país, o processo não teria sido bem esclarecido à população e a população pareceu sentir-se constrangida a aderir às aldeias comunais quando não era nada compulsivo. Tratava-se de uma reorganização da população para lhes dar melhores condições de vida. Mas isso foi levado pelos nossos detractores de má fé e fez-se uma campanha em volta.
DW África: Agora à distância, como avalia a existência de campos de reeducação?
JC: Campos de reeducação, para nós, significavam exatamente isso: reeducação, reabilitação das pessoas. Foi pena que nós não [continuássemos] a ter campos de reeducação. Porque não eram campos de tortura, eram realmente de reeducação. A pessoa regenerava-se. Nós criámos campos para pessoas criminosas, pessoas que tinham roubado ou até tinham assassinado. E eram reabilitadas. Era um lugar onde as pessoas faziam a sua agricultura, tinham o seu rendimento, refaziam a sua vida, tinham alfabetização, aprendiam ofícios. E então viu-se que ali estávamos a criar um modelo de reeducação de pessoas que haveriam de ser inúteis na vida e poucos países fazem isto. Mas houve uma campanha muito forte contra isto. Mas o pior é que em 1980, a guerra alastrou-se a esses sítios e tiveram de ser descontinuados.
DW África: Mas pessoas como, por exemplo, Uria Simango, que chegaram a ser da FRELIMO, foram também enviadas para campos de reeducação. Que crime cometeram?
JC: (suspiro) Deu o exemplo de Uria Simango: é a traição. Desse grupo aí é a traição da própria luta de libertação. O caso do nome que indicou, mais alguns, enquanto nós estávamos a negociar a independência em Lusaka, com a delegação portuguesa, eles estavam aqui em Maputo a organizar-se com os mais renitentes dos portugueses para se opor à proclamação da independência nacional. Chegaram a tomar a Rádio Mocambique, o aeroporto de Maputo para ir pedir que se proclamasse a independência e hastearam a bandeira portuguesa na Rádio Moçambique e fizeram a sua reunião. Um golpe de estado antes da proclamação da independência. Para não falar das traições anteriores.
Mas também aí havia alguma esperança de reabilitar essas pessoas, podia ter acontecido se não tivesse havido a desestabilização que depois precipitou o que aconteceu com eles, foram mortos por causa deste ambiente de desestabilização.
DW África: Desde a independência de Moçambique, o país tem sido governado por um só partido, a FRELIMO. A que acha que se deve isso?
JC: Deve-se à génese desse partido que é um partido de todo o povo. E continua a ser o partido de todo o povo. E com a introdução do multipartidarismo parecia ser impossível que continuasse a ser partido de todo o povo, mas as evidências mostram que o povo ainda não se esqueceu da sua génese. E portanto o povo sente-se identificado [com] este partido. Nós não tivemos uma reunião para definir que éramos um sistema monopartidário. O que aconteceu é que havia só um partido político.
DW África: Hoje em dia há mais partidos. O maior partido da oposição continua a ser a RENAMO. A que acha que se deve o enfraquecimento da RENAMO como maior partido da oposição, um enfraquecimento que se tem vindo e verificar nos últimos anos?
JC: É devido à sua génese. Assim como a FRELIMO ficou forte por causa da sua génese, a RENAMO não tinha base de sustentabilidade. Nasceu não pelo interesse da população, então à medida que o tempo passa, vai caindo.
DW África: Depois do fim da guerra em 1992, Moçambique tornou-se no menino dos olhos de muitos países doadores. Contudo, estes investimentos não têm tido muitas repercussões ao nível da economia local aqui em Moçambique. Será que o país realmente beneficiou deste apoio?
JC: Eu penso que sim.
DW África: Em que medida?
JC: Eu só posso dar exemplos: na minha aldeia não havia energia elétrica. Hoje, muita gente na minha aldeia beneficia da luz elétrica. Portanto, a economia tem, sim, impacto nas populações. (...) A estrada que vai para a minha aldeia nao era alcatroada. Hoje, passam muitos carros, levam mercadorias, as pessoas visitam-se mais. Na minha aldeia nao havia água. Hoje, há água canalizada em muitas casas. A minha aldeia fica a 300km de Maputo, nao é uma cidade. (...)
DW África: Perante o exemplo da sua aldeia, acha que o país se tornou dependente da ajuda externa?
JC: comecou por estar dependente da ajuda externa em 70% ou mais. Hoje, está dependente da ajuda externa em cerca de 40, 45%. Isso significa que há um avanco tremendo nesse aspeto de auto-suficiência. Nós hoje já nao andamos a importar milho para comer. E vamos fazer a mesma coisa com o arroz. Hoje, nós temos mais de 40 universidades no país. Portanto, a dependência está a diminuir em vários setores.
DW África: Que balanço faz destes 20 anos de paz?
JC: Os 20 anos de paz é que facilitaram o desenvolvimento rápido do país. Porque antes, logo que ascendemos à independência, em 1975, nós começámos com um desenvolvimento espetacular: no domínio da educação, triplicámos o número de escolas, o número de alunos. Mas depois vimos essas escolas e esses alunos serem dizimados pela guerra. Portanto, a paz era necessária para o desenvolvimento do nosso país.
Nota da redação: Em 2007, Joaquim Chissano venceu o Prémio Ibrahim de boa governação. O prémio, atribuído pela fundação do magnata sudanês Mo Ibrahim, pretende distinguir antigos chefes de Estado ou de Governo africanos que tenham mostrado excelência durante a execução do seu cargo.



Autora: Marta Barroso


Edição: António Rocha


In http://www.dw.de/dw/article/0,,16258686,00.html



“DE GUERRA DE DESESTABILIZAÇÃO A GUERRA CIVIL”: HISTORIADOR MOÇAMBICANO FALA SOBRE O CONFLITO ENTRE A FRELIMO E A RENAMO

“DE GUERRA DE DESESTABILIZAÇÃO A GUERRA CIVIL”: HISTORIADOR MOÇAMBICANO FALA SOBRE O CONFLITO ENTRE A FRELIMO E A RENAMO

Egídio Vaz, historiador moçambicano

Para Egídio Vaz, pode dividir-se a guerra dos 16 anos em Moçambique em dois períodos: o de ‘guerra de desestabilização’, com apoio externo, e o de ‘guerra civil’, em que os rebeldes tinham já uma agenda política própria.
O primeiro período do conflito estendeu-se, segundo o historiador moçambicano, de 1977 até à assinatura do Acordo de Nkomati na África do Sul, em 1984. "Este período foi marcado pela falta de um discurso coerente, de uma causa, e caracterizou-se pela matança, pela destruição e pelo enfraquecimento da infraestrutura nacional", explica Vaz.
O segundo começou já nos finais da década de 1980 com a queda do Muro de Berlim e a desagregação da União Soviética. "Aqui, a RENAMO apropriou-se de novos valores: a democracia e a liberdade." A partir deste momento, "estávamos perante uma guerra civil, dirigida pelos moçambicanos com uma agenda política". Foi esta "nova postura da RENAMO que impulsionou o governo da FRELIMO a adotar a democracia como sistema político no país".
Marta Barroso falou com Egídio Vaz sobre a guerra civil moçambicana e os 20 anos que se seguiram no país.
DW África: Como é que a paz foi alcançada ao fim de 16 anos de guerra e de tentativas falhadas como o Acordo de Nkomati, assinado em 1984?
Egídio Vaz (EV): A paz foi alcançada devido tanto a pressões internas como externas. A paz foi possível graças também ao entendimento dos moçambicanos, não só à coordenação inicial da Igreja Católica, mas de toda uma comunidade religiosa e depois de todos os moçambicanos perceberem que era o momento para sentar e resolver os problemas. De resto até porque as diferenças ideológicas avançadas pela RENAMO ou pela FRELIMO já não existiam. E, portanto, todos estavam, em princípio, unânimes em aceitar a democracia multipartidária como melhor sistema de governação.
DW África: Há quem diga que a guerra dos 16 anos só foi possível, porque houve o apoio de outros países. Concorda?
EV: Concordo em parte, principalmente no que tange ao surgimento deste grupo armado [RENAMO] fortemente patrocinado, primeiro por Ken Flower, dos serviços de inteligência rodesianos, mais tarde pela África do Sul do apartheid cujo objetivo essencial era enfraquecer e pôr em causa a independência. Mas depois esta mesma guerra evoluiu para uma guerra civil na medida em que novos valores foram incorporados na mesma guerra como a democracia e a liberdade.
“De guerra de desestabilização a guerra civil”, historiador moçambicano fala sobre o conflito entre a FRELIMO e a RENAMO.
De uma ou de outra forma, a guerra teve também causas internas que podem ser encontradas na forma como o governo da FRELIMO geriu o seu povo nos primeiros momentos da sua independência, nomeadamente com a matança indiscriminada de todos aqueles que a enfrentavam e punham em causa a linha ideológica da FRELIMO. Por um lado.
Mas por outro, pelo afunilamento das formas e da visão do desenvolvimento do país, o que não agradou a alguns setores, inclusive pela forma como desprezou a cultura. Há aspetos que foram muito bem explorados e otimizados pela RENAMO ao longo da sua guerra.
DW África: Tendo em vista as atrocidades cometidas pela RENAMO durante a guerra, como se explica a adesão ao grupo rebelde no centro do país, sobretudo, a região mais afetada durante o conflito?
EV: Isto tem a ver com as técnicas de como o povo consegue lidar com um poder, o poder das armas que se impunha sobre as comunidades e, à medida que o tempo passava, a contraparte era vista como a assassina, na medida em que não havia espaço para troca de ideias. Imperava mais a ditadura das armas que, aos poucos, começou a moldar as consciências.

Soldados do Zimbabué protegem a Linha da Beira no ano de 1987.

Militares protegendo a Linha Férrea Beira-Zimbábwe

DW África: A FRELIMO tentou acabar com aspetos culturais e tradicionais de Mocambique desde os curandeiros às autoridades locais. Como se deu isso?
EV: O espírito revolucionário que os camaradas traziam da Tanganyika [Tanzania], aliado à nova ideologia que se preparavam para abraçar, o socialismo científico, levou a que eles entendessem que as autoridades tradicionais constituíam a força de repressão do povo moçambicano durante o tempo colonial, pelo que não podiam figurar na nova organização politico-administrativa. Da mesma forma que, tendo-se declarado o Estado moçambicano laico, eles entendiam que todas as igrejas deviam ser banidas. A medicina tradicional foi espezinhada, acusada de ser obscurantista.
Estas formas de saberes populares e seculares podem ter estado na origem do apoio que a RENAMO teve em zonas como o centro e norte. A própria FRELIMO parece ter reconhecido posteriormente o grande papel que essas mesmas autoridades representam, resgatando-as através da lei como entidades, não representantes do Estado, mas entidades paraestatais.
Porque já do ponto de vista eleitoral, a própria FRELIMO via um grande eleitorado a desiludir-se. O reconhecimento da cultura e das autoridades locais constitui um valor, um valor inalienável: africanos sempre terão as suas formas de organização e, mesmo que sejam híbridas, reconhecê-las é o primeiro passo para a coesão social.
DW África: Durante a guerra dos 16 anos, ambos os lados do conflito – RENAMO e FRELIMO – cometeram violações dos direitos humanos. Como é que os moçambicanos recuperaram dos traumas da guerra?
EV: Ao contrário de outros países como o Ruanda ou a África do Sul, em que os processos de reconciliação prevêem o estabelecimento de comissões de verdade e reconciliação, em Moçambique as pessoas simplesmente quiseram esquecer.
Egídio Vaz diz que os recursos naturais de Moçambique estão concentrados em muito poucas mãos, o que pode levar a uma democracia marcada por profunda pobreza
Todavia, estes assuntos podem ser desenterrados se a próxima vaga de consolidação da nossa paz não observar a consolidação da unidade nacional, mas também a consolidação deste país do ponto de vista económico e na redistribuição da riqueza e a abertura a liberdades no acesso a informação, elementos muito importantes para que as pessoas possam expressar as suas visões, para que as pessoas possam protestar livremente sem medo de um grupo ou de um interesse económico específicos que ponham termo à sua vida.
E acima de tudo, o maior problema é que a história de Moçambique precisa de ser reescrita sem ressentimentos, colocando no lugar apropriado os verdadeiros pais deste país. O que está a acontecer neste momento é a privatização da história de Moçambique, em que alguns moçambicanos se vêem órfãos da sua própria história e isso introduz o que se chama uma categoria de moçambicano de primeira, moçambicano de segunda, moçambicano de terceira, não pode.
DW África: Apesar de haver diferentes grupos étnicos em Moçambique, este é um país coeso. Qual é o segredo desta convivência pacífica?
EV: Apesar de tudo, o legado de Samora Machel é um grande legado. Foi ele o obreiro, de facto, o pai da unidade nacional. Eu tenho muitos problemas em aceitar Eduardo Mondlane como arquiteto da unidade nacional. Aquele que introduziu Moçambique aos moçambicanos foi Samora Machel. Ele tornou-nos daltónicos em relação à cor, em relação à nossa proveniência regional.
DW África: Acha que há erros do passado que se podem evitar para o futuro?

O atual ministro da cooperação italiano, Andrea Riccardi, mediou as conversações entre a FRELIMO e a RENAMO em Roma

Andrea Riccardi
EV: Sim, principalmente neste momento, 20 anos depois, o grande problema que Moçambique enfrenta, o grande perigo, é a redistribuição da riqueza e a partilha de poder.
Há grandes assimetrias regionais que até certo ponto se julga serem propositadas. Devem ser muito rapidamente corrigidas sob o risco de se pôr em causa a unidade nacional que tanto custou aos moçambicanos.
DW África: Nos anos 1980, o programa chefiado pelo atual Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, na altura Ministro do Interior, denominado Operação Produção, visava instalar indivíduos das áreas urbanas que estivessem desempregados, indivíduos considerados pelo governo da FRELIMO como inúteis e indesejados, em regiões rurais para a produção de alimentos. Esta foi uma das medidas impopulares adotadas pela FRELIMO que deixaram feridas na população. Acha que hoje essas feridas já cicatrizaram?
EV: Essas feridas não estão cicatrizadas. Porque as pessoas prejudicadas por essas medidas ainda estão feridas e vão morrer com as mesmas feridas.
A vantagem que isto tem, a vantagem da Operação Produção, é que logo um mal maior parece ter substituído esta medida impopular, que é a guerra de desestabilização que depois se transformou em guerra civil e que durou 16 anos.
DW África: Que balanço faz destes 20 anos de paz?

Acordo de Roma de 1992: Joaquim Chissano pelo governo da FRELIMO (esq.) e Afonso Dhlakama pela RENAMO (dir.)
Chissano e Dhlakana na assinatura dos Acordos de Paz em Roma, 1992

EV: Os 20 anos de paz resultam do consenso do povo moçambicano pela paz, pela democracia, pelo desenvolvimento. São 20 anos de construção destes consensos que correm sérios riscos se a dimensão económica desta mesma paz não se realizar, na medida em que começam claramente a existir círculos que se mostram insatisfeitos com a forma como a governação económica está sendo posta em marcha em Moçambique.
Há concentração de muitos recursos em determinadas mãos em detrimento da maioria que trabalha para estes mesmos recursos.
DW África: Como imagina Moçambique dentro de outros 20 anos?
EV: Do ponto de vista político, imagino Moçambique com um outro governo proveniente de um outro partido político. Agora, quanto à transição, não estou certo como vai ser: se vai ser pacífica, se vai ser violenta ou partindo da divisão da própria FRELIMO ou encabeçada por um outro movimento que não seja a FRELIMO, o MDM [Movimento Democrático de Moçambique] ou a RENAMO.
Do ponto de vista económico, dependendo das sementes que se lançam hoje, principalmente relacionadas à indústria extrativa e ao campo energético, poderemos viver a bênção, o milagre moçambicano, se os recursos que nós tivermos forem equitativamente partilhados ou provavelmente viveremos uma democracia vibrante, mas marcada por profunda pobreza.



Autora: Marta Barroso
Edição: Johannes Beck



In http://www.dw.de/dw/article/0,,16262237,00.html




Estudo acha indícios de diversificação humana há 100 mil anos


Estudo acha indícios de diversificação humana há 100 mil anos


Um estudo divulgado nesta quinta-feira e que será publicado amanhã na Science afirma que o povo Khoisan (ou Khoe e San), no sul da África, é descendente do primeiro grande evento de diversificação genética em toda a história humana - que ocorreu há 100 mil anos, antes da primeira migração do homem moderno para fora do continente africano.
Cientistas de diversas universidades analisaram o DNA de 220 indivíduos de diferentes regiões do sul da África. "A maior divergência (genética) entre todas as pessoas vivas ocorreu cerca de 100 mil anos atrás, bem antes dos humanos modernos migrarem para fora da África e é cerca de duas vezes mais antiga que as divergências dos pigmeus na África Central, dos caçadores-coletores do leste do continente e de outros grupos africanos", diz a líder do estudo, Carina Schlebusch, da Universidade Uppsala, na Suécia.
Segundo Mattias Jakobsson, também da Uppsala, essas profundas divergências nas populações africanas têm grande importância para se entender a história da humanidade. As estruturas e padrões de variações sugerem uma população complexa na história dos povos do continente. "A população humana tem se estruturado por um longo período (...) e é possível que os humanos modernos tenham surgido de um grupo não homogêneo", diz o pesquisador.

O estudo ainda indicou diversificações genéticas dentro dos Khoisan e indica também o primeiro momento em que a pastorícia se espalhou pelo sul da África. Já se acreditava, através de indícios arqueológicos e etnográficos, que essa prática chegou à região através da cultura Khoe, mas não se sabia se ela tinha impacto genético na população.
Segundo o estudo, Os Nama, um grupo de pastores Khoe, apresenta grande similaridade aos San do sul. "Contudo, nós encontramos um pequeno, mas distintivo componente genético que é compartilhado com os africanos do leste, o que pode ser resultado de uma ancestralidade em comum associada com as comunidades pastoris do leste do continente", diz Carina. Ou seja, os primeiros pastores da região podem ter se originado de um grupo de San do sul e adotado a prática a partir de um grupo do leste africano.
A pesquisa ainda detalhou evidências de adaptações locais em grupos distintos de Khoe e San. Por exemplo, foram achados indícios de seleção genética envolvendo funções musculares, respostas imunológicas e proteção à luz ultravioleta (do sol). Estas características podem estar ligadas a adaptações necessárias para os desafios do ambiente aos quais os ancestrais dessas etnias eram expostos e que agora podem ser vistos nos genes de seus descendentes. Os cientistas ainda buscaram sinais de adaptações no genoma antes da separação dos Khoisan dos demais humanos.
"Embora todos os humanos carreguem variantes similares nestes genes, a antiga divergência entre os Khoe-San e os outros grupos humanos nos permitem focar em genes que evoluíram rapidamente em ancestrais de todos que vivem no planeta hoje", diz Pontus Skoglund, da Uppsala. Os cientistas afirmam que os genes envolvendo o desenvolvimento esquelético podem ter sido cruciais para determinar as características anatômicas dos humanos modernos.

01 outubro 2012

HISTORIADOR ITALIANO LANÇA LIVRO SOBRE A PAZ EM MOÇAMBIQUE


HISTORIADOR ITALIANO LANÇA LIVRO SOBRE A PAZ EM MOÇAMBIQUE
Historiador italiano, Roberto Morrozo Della Rocca


Maputo (Canalmoz) – Nas comemorações dos 20 anos da Paz, que se assinalam esta quinta-feira, 04 de Outubro, o historiador italiano Roberto Morozzo Della Rocca lança no mesmo dia um livro intitulado “Paz – como Moçambique saiu da guerra”. O lançamento está marcado para a tarde do dia 04 de Outubro, no Estúdio Auditório da Rádio Moçambique, em Maputo.
Segundo nota de imprensa enviado ao Canalmoz, “o livro reconstrói a história” de Moçambique “precipitado na guerra civil logo a seguir à sua independência, saindo dela somente após dezasseis anos e um milhão de mortos”.
“A paz negociada entre o governo e a Renamo foi extraordinária, com a insólita mediação da Comunidade de Sant’Egidio e de um mix de homens de boa vontade. Paciência geológica e compreensão das partes em luta caracterizaram esta mediação. Moçambique tornou-se um modelo de paz num continente africano dramaticamente marcado por guerra e conflitos”, lê-se na nota referida enviada pela comunidade SantEgídio.
A mesma nota explica que o livro é uma versão resumida da obra original do historiador Roberto Morozzo della Rocca, publicada pela primeira vez em 1994, em Roma, cuja versão em português foi publicada quatro anos mais tarde com a tradução do Prof. Brazão Mazula. Uma segunda edição da obra foi publicada em Roma em 2004.
A obra baseia-se sobretudo em documentos arquivados na sede da Comunidade de Sant’Egidio, incluindo diários manuscritos por D. Matteo Zuppi e por Andrea Riccardi, membros da equipa quadripartida de mediadores das conversações de paz.
Roberto Morozzo della Rocca é estudioso das relações entre Nação e Religiões e é Professor na Universidade Roma Tre, na Itália. Participam no lançamento do livro o jornalista Tomás Vieira Mário e Chiara Turrini, representante da Comunidade de Sant’Egidio. (Redacção- CanalMoz- 02 de Outubro de 2012)

MORRE HOBSBAWM HISTORIADOR MARXISTA POPULAR


MORRE HOBSBAWM HISTORIADOR MARXISTA POPULAR 
Eric Hobsbawn, historiador marxista inglês morre aos 95 anos
Eric Hobsbawm (1917-2012): O historiador que mudou o nosso modo de olhar o passado

NASCEU no Egipto e em plena I Guerra Mundial, atravessou todo século XX, deixou uma obra inovadora e soube como ninguém fazer dos livros de História uma leitura fascinante.
Eric Hobsbawm, 95 anos, morreu ontem num hospital de Londres na sequência de uma pneumonia. Foi um dos historiadores mais influentes das últimas décadas. A sua última obra de fôlego, “A Era dos Extremos (1914-1991)”, foi traduzida em mais de 40 línguas, entre elas o árabe e o mandarim. Marxista e militante do Partido Comunista Britânico desde 1936 até à sua dissolução, em 1991, conhece o auge da sua projecção mediática exactamente após a queda do comunismo. Ganhou celebridade não por ser marxista – nem apesar disso – mas por ser um extraordinário historiador.
As suas obras foram insubstituíveis "manuais" para gerações de estudantes, entre eles os portugueses. "Politicamente, estávamos em pólos opostos", declarou ontem ao Guardian o historiador Niall Ferguson. Mas foi um historiador "verdadeiramente grande". "Continuo a crer que a sua grande tetralogia – “A Era das Revoluções (1789-1848)”, “A Era do Capital (1848-1875)”, “A Era do Império (1875-1914)” e “A Era dos Extremos (1914-1991)” – continua a ser a melhor introdução à história do mundo moderno em língua inglesa" – estas quatro obras estão editadas em português pela Editorial Presença.
Não se trata apenas de competência e de uma particular arte de escrever. "Numa época em que os historiadores académicos suspeitam crescentemente das "grandes narrativas", ele mostrou quão importante é compreender o conjunto das forças da mudança histórica. Ao fazê-lo, não só reconfigurou o modo de os historiadores olharem o passado, como criou uma verdadeira apetência do público pelas obras de síntese.
"Foi um escritor compulsivo e de muitas facetas. Cedo descobriu o jazz e foi crítico na revista New Statesman durante anos, sob o pseudónimo de Francis Newton. Escreveu até ao fim da vida. Em 2011, publicou um derradeiro livro, “How To Change the World”, defendendo a pertinência do pensamento económico de Marx perante o colapso bancário de 2008-2010.

Cosmopolita e Comunista

Num livro de memórias, “Tempos Interessantes: Uma Vida no Século XX” (Campo das Letras, 2005), explica Hobsbawm que o seu percurso tem algo a ver com os acidentes da vida. Nasceu a 9 de Junho de 1917 em Alexandria, filho de um inglês de origem judaica e uma austríaca da classe média de passagem pelo Egipto. Estava-se em plena Grande Guerra (1914-18) e no início da Revolução Russa. Fez a sua escolaridade em Viena. O pai morre subitamente em 1929. Em 1931, a família muda-se para Berlim, para casa de um tio, onde testemunhou a ascensão de Hitler. A família foi para Londres.
A época determinou o seu interesse pela política e pela história. Disse numa entrevista: "Era inevitável uma pessoa politizar-se naqueles tempos. Vivia na Alemanha e não podia ser social-democrata (eram muito moderados), nem nacionalista (era inglês e judeu), nem me interessava o sionismo." Diz ter lido Marx pela primeira vez em Berlim.
Em Inglaterra obtém uma bolsa para Cambridge onde, à época, o marxismo era de bom tom. Adere em 1936 ao Partido Comunista da Grã-Bretanha e em breve colabora na sua revista teórica, Marxism Today. Com outros historiadores, como Christopher Hill, A. L. Morton, E. P. Thompson ou Raphael Samuel vai formar os "grupo dos historiadores do PC" que terá um papel inovador. Participa na fundação da revista Past and Present, liderada pelo grupo mas aberta a outras correntes. Em 1956 condena ambiguamente a invasão soviética da Hungria e, ao contrário de outros intelectuais, não abandona o PC. A debilidade do PC britânico, disse um dia, deixava aos historiadores uma grande liberdade intelectual.
A sua primeira obra, “Labour's Turning Point” (O Ponto de Viragem do Trabalhismo) é editada em 1948. Em 1959 publica a primeira obra inovadora, Primitive Rebels (Rebeldes Primitivos), em que estuda as sociedades secretas de resistência e as formas arcaicas da agitação social, objecto retomado em “Captain Swing” (1969, em parceria com George Rudé), sobre as revoltas rurais inglesas de 1830. Ao longo dos anos 1960-70, surgem os três primeiros volumes da "tetralogia", a sua obra mais sólida e influente. A investigação de Hobsbawm não se confina à história económico-social. “A Era das Revoluções” – para alguns a sua obra-prima – serve para o demonstrar. Ele sempre soube combinar "a História social estrutural com a tentativa de compreender o pensamento e os motivos individuais dos rebeldes" (David Priestland).
Deu uma particular atenção aos nacionalismos, na “Era das Revoluções”, em “The Invention of Tradition” (1982, coeditado com Terence Ranger) ou em “Nations and Nationalism since 1780” (Nações e Nacionalismo desde 1780): os movimentos nacionalistas fabricam os seus próprios mitos e rituais.

A Revolução de Outubro

Hobsbawm demarcou-se do regime soviético. Nos anos 1970, aproxima-se dos eurocomunistas italianos: ele e Giorgio Napolitano (hoje presidente da República) publicam em 1977 um livro sobre a via italiana para o socialismo. Mas, para o historiador, era difícil enfrentar o passado e optou pela fidelidade à Revolução de Outubro.
O mais lido dos seus livros, “A Era dos Extremos”, é o mais vulnerável. Foi acusado de minimizar os crimes do estalinismo. Reconheceu em “Tempos Interessantes”: "Dou-me hoje conta de que continuo a tratar a memória e a tradição da URSS com uma indulgência que não sinto pela China comunista, porque pertenço a uma geração para qual a Revolução de Outubro representava a esperança do mundo, coisa que a China nunca significou."

Algumas obras

Globalização, Democracia e Terrorismo
A Era das Revoluções (1789-1848)
A Era do Capital (1848-1875)
A Era do Império (1875-1914)
A Era dos Extremos (1914-1991)
Tempos Interessantes: Uma Vida no Século XX
Escritos sobre a história
O Século XXI - Reflexões Sobre o Futuro
Entrevista a Eric Hobsbawm por Antonio Polito
A Questão do Nacionalismo – Nações e nacionalismo desde 1780
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Nota do blog: Apesar de se dizer que Hobsbawn escreveu a história do mundo, ele nos seus escritos  não teve nenhum interesse pela história de África e  da Ásia. Também pouca referência fez em relação a história dos EUA.  Mesmo assim, o seu livro Invenção das Tradições teve uma influência interessante na historiografia africana relacionada a construção do Estados-Nação



X CONGRESSO CONSAGRA GUEBUZA COMO TODO PODEROSO


X CONGRESSO CONSAGRA GUEBUZA COMO TODO PODEROSO
Nova Comissão Politica eleita no Congresso de  Pemba

Pemba (Canalmoz) – Longe do propósito oficial (consagração da auto-estima), o X Congresso do partido Frelimo, cujo pano caiu na última sexta feira na cidade de Pemba, consagrou Guebuza como “o todo poderoso”.
Armando Guebuza é sem dúvidas, o grande vencedor do Congresso ao alcançar todos os seus objectivos: eliminou quase todos os camaradas que criticavam a sua direcção no partido e no País, e conseguiu colocar seus delfins em lugares estratégicos, na direcção do partido. Ainda testemunhou a agradável eleição da sua filha querida para o comité central.
Do comité central, Guebuza conseguiu “eliminar” do Comité Central, alguns dos históricos “incómodos” como Jorge Rebelo, que era das poucas vozes que conseguiam criticar publicamente Armando Guebuza. Mas a ala Guebuziana conseguiu mais grande feitos neste X congresso. Faz eleger Guebuza, sem concorrência, ao cargo de presidente do partido; fez eleger, sem concorrência, Filipe Paúnde, como secretário-geral do partido; e como uma cereja no topo do bolo, e também sem concorrência, conseguiu colocar José Pacheco como Secretário da Comissão de Verificação de Mandatos. Todas condições criadas para Guebuza continuar a mandar na Frelimo e no País… sem vozes que o contrariem, pelo menos de dentro.

Uma comissão política à medida de Guebuza

A marcha para a grande vitória de Guebuza começou na quarta-feira, com a sua reeleição para a presidência do partido. Mas o dia da consagração foi quinta-feira, com a eleição dos membros da comissão política, da lista da continuidade. No momento mais aguardado, viu-se Luísa Diogo, uma das vozes críticas à actual liderança e mais achegada a Chissano,  a cair da comissão política, depois de ter sido dada como certa concorrente de Paúnde ao cargo de secretário geral. A queda da ex-primeira-ministra foi o assunto mais debatido nos corredores do congresso e nos cafés de Pemba.
Sexta-feira Guebuza selou a sua vitória. Muxara só assistiu à subida à comissão política, de membros que são tidos como “vassalos” de Guebuza. Subiram à comissão política, na sexta-feira, Alberto Vaquina (Governador de Tete), Sérgio Pantie, (secretário para área de organização e quadros do partido), Cadmiel Muthemba (ministro das Obras Públicas e Habitação), Carvalho Muária (Governador de Sofala), Esperança Bias (ministra dos recursos minerais), e Lucília Hama (Governadora da cidade de Maputo). São todos subordinados de Guebuza, por ele nomeados para ministros e governadores - excepção a Sérgio Pantie. A estes juntam-se os que haviam sido eleitos na noite da quinta-feira: Alberto Chipande, Eduardo Mulémbwè, Eneias Comiche, Raimundo Pachinuapa, Verónica Macamo, Margarida Talapa, Conceita Sortane e Alcinda Abreu.

Mulémbwè e Comiche: os sobreviventes

Como se pode ver na lista, dos novos membros da Comissão Política, “há dois nomes estranhos” às preferências e objectivos do grupo de Guebuza. São Eduardo Mulémbwè, antigo presidente da Assembleia da República e Eneias Comiche, antigo presidente do Conselho Municipal de Maputo, que a opinião pública comenta que foi afastado por ser competente e ter se recusado a prestar favores a alguns camaradas, enquanto edil.
Para o caso de Mulémbwè, começou a ser combatido abertamente logo no primeiro dia do congresso, quando deu entrevista a jornalistas manifestando disponibilidade para ser candidato da Frelimo às presidenciais, “caso o partido o propusesse”. Mal os jornais saíram no dia seguinte com entrevista de Mulémbwè, o secretário para Mobilização e Propaganda mandou recolher todos os jornais que circulavam no recinto do congresso, alegadamente por motivos de segurança. Talvez segurança política. Estava claro que Mulémbwè seria combatido até as últimas consequências. Mas resistiu e os seus detractores tiveram que o engolir a ser eleito e com uma margem folgada para continuidade na Comissão Política.

Comité Central não quer Edson Macuácua na Comissão Política

Era dada como certa a eleição de Edson Macuácua, o actual secretário para Mobilização e Propaganda, que de resto tem se notabilizado na reprodução do discurso do presidente do partido e um fiel servidor da ala de Guebuza. Concorreu para a Comissão Política para ocupar uma das quatro vagas juntamente com Alberto Vaquina, Sérgio Pantie, Cadmiel Muthemba, Carvalho Muária e Hermenegildo Infante (primeiro secretário da cidade de Maputo). Edson foi o menos votado da lista, e ficou de fora juntamente com Hermenegildo Infante.
Logo que foi anunciada a lista dos aprovados pelo Comité Central para a Comissão Política começaram a ser construídas explicações para as preferências de voto segundo interesses estratégicos de Guebuza. Eis a lógica que ouvimos fora da sala do Congresso e registamos: Esperança Bias e Albero Vaquina são tidos como estratégicos para Guebuza no âmbito do controlo da exploração mineira e assinatura de contratos com as multinacionais. Cadmiel Muthemba antigo fiel servidor de Guebuza nos interesses ligados à pesca e agora tramita o mesmo expediente nas Obras Públicas. Carvalho Muária tramita o expediente do presidente do partido no dossier portos e caminhos-de-ferro (linha de sena) como governador de Sofala. No caso de Sérgio Pantie, é um novo quadro (trabalha na organização de quadros) que está a ganhar confiança do presidente: tratou do expediente que levou Benedito Guimino a ganhar eleições em Inhambane.
Como se pode ver, todos que entraram para a comissão política como novos, tem alguma afinidade de interesse junto do Chefe do Estado. Sem explicação fiou a eleição de Lucília Hama, mas que é a governadora da capital, nomeada por Guebuza.

Aires Ali e Aiuba Cuereneia: os grandes derrotados

A luz da teoria de “membros ligados a Guebuza” não tiveram sorte dois delfins de Guebuza, nomeadamente, Aires Ali (primeiro-ministro) e Aiuba Cuereneia (ministro da Planificação e Desenvolvimento). Aliás, o primeiro era visto como preferência de Guebuza para candidato a Chefe de Estado. O Comité Central disse não a estas duas figuras para a Comissão Política e acabaram saindo pela porta pequena de Muxara. Entraram poderosos e saíram com o povo. Para o caso de Aires Ali, vai continuar (mas sem direito a voto) na Comissão Política só por inerência de funções na qualidade de primeiro-ministro. Se não conseguir renovar o posto de PM no próximo mandato, dirá adeus ao grande e restrito centro do poder político e consequentemente económico. 
 (Redacção- CanalMoz- 01 de Outubro de 2012)