HISTÓRIA DA FRELIMO E DE MOÇAMBIQUE EMSOMBRADA
REVELAÇÕES DE JAIME KHAMBA ENSOMBRAM HISTÓRIA DA FRELIMO
E MONDLANE
Nos finais do ano
de 2000, Fanuel Gideon Mahluza trouxe a lume informações até então
desconhecidas contradizendo a versão oficial sobre a história da libertação
nacional levada a cabo pelo partido no poder. Eis que cerca de três anos depois
surge dos Estados Unidos da América um Moçambicano, ex-combatente da luta
armada, corroborando com Mahluza, e de certo modo avançando detalhes.
Rodrigues Luís (Texto)
"A história
da libertação Nacional tanto como a dos fundadores da FRELIMO não está a ser
bem contada, pois o que se diz e esta escrito nos livros didácticos não
corresponde a verdade”, eis as palavras com que Jaime Maurício Khamba, ex-combatente
da libertação Nacional, actualmente a residir há 40 anos nos Estados Unidos da
América (EUA), abriu a conversa com o Savana. Segundo Khamba, a razão que o
levou a contactar o nosso Jornal prendo-se com o fornecimento de subsídios que
possam esclarecer a história contemporânea, de modo a que os compatriotas
entendam-na. Adianta ainda que, no País existe multa gente que, embora conhecendo
os factos, refugia-se num silêncio cumpliscente.
Jaime Maurício
Khamba, ou Ntema Ganda, como era conhecido no tempo de libertação nacional,
jura de pés juntos que na formação da Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO) os nomes hoje mencionados como sendo obreiros da unidade nacional não
passa de uma invenção.
Para a nossa
fonte, Eduardo Mondlane, 1º Presidente da FRELIMO, Samora Machel, primeiro
Presidente de Moçambique independente e Joaquim Chissano, actual chefe de
Estado, são figuras apontadas pelo nosso interlocutor como sendo os grandes
ausentes na formação da Frelimo.
Segundo Jaime
Khamba, na actual historiografia moçambicana, nomes como de Eduardo Mondlane,
Samora Machel e muitas outras figuras na liderança da Frelimo são erradamente
mencionadas como tendo participado na criação da FRELIMO. Todavia, "a
verdade no meio desta mentira é que estas individualidades participaram
activamente e contribuíram no sucesso da revolução que levou a queda do
fascismo no nosso país".
Jaime khamba
defende que a nova geração não deve ser refém das inverdades narradas em torno
da história da Frelimo como uma frente, pois personalidades há que, embora em
pleno gozo da vida, tem preferido a mudez como forma de omitir os factos em
torno da formação da FRELIMO.
Marcelino dos
Santos, Lopes Tembe Ndiomba, Abílio Araújo Matsinhe e muitos outros são
mencionados pelo nosso interlocutor como sendo lendas vivas que deviam
reescrever a história pois conhecem-na muito bem, mas pela posição tomada no
Governo eles não são capazes de contar urna vez terem participado na elaboração
de mentiras.
Para aquele
ex-combatente, é duro reparar como o Presidente Joaquim Alberto
Chissano, Marcelino dos Santos, Pascoal Mocumbi, Lopes Tembe Ndelane,
Constâncio Ndiomba e Dr. Joaquim Boaventura Verimbo têm ignorado o
reconhecimento daqueles que formaram a Frelimo, uma vez estão a par da
veracidade sobre a fundação da FRELIMO.
Disse que a ideia
de nascimento da FRELIMO surgiu numa fase em que os
três movimentos, nomeadamente a União Africana Nacional de Moçambique (MANU), Associação Africana de Moçambique (MAA) - uma união dos Macondes criada em 1960, e a UDENAMO, viviam um momento de grande tensão1.
três movimentos, nomeadamente a União Africana Nacional de Moçambique (MANU), Associação Africana de Moçambique (MAA) - uma união dos Macondes criada em 1960, e a UDENAMO, viviam um momento de grande tensão1.
"Vivia-se uma
tensão étnica no nosso seio por haver também um grande número de iletrados. Eu
e Adelino Gwambe, também, conhecido por Hlomulo, estudamos a forma de resolver
a questão, Eu lhe sugeri que juntássemos estas organizações para formar uma só
frente composta por 18 membros da comissão executiva a nível nacional",
frisou Khamba.
O entrevistado
disse ter igualmente proposto que, após a reunificação dos três movimentos,
cada província deveria ter seus representantes e que a liderança desta frente
teria que ser distribuída por todas as regiões do país. Disse ainda que
"propus que os oficiais que não escreviam e nem falavam a língua
Portuguesa deveriam ser eleitos vice-presidentes ou deputados. Gwambe concordou
com todas as minhas propostas, excluindo a de que o executivo deveria ser
composto por 18 membros, alegadamente porque o número era elevado, o que
facilitaria a infiltração da polícia política portuguesa (PIDE).
A formação da
FRELIMO
"Não é por
acaso que Marcelino dos Santos recorre à primeira pessoa do singular gabando-se
de ser Frelimo", pois aquele participara activamente na formação da
Frelimo.
Segundo Jaime
Khamba afirmou ter sido ele a sugerir a fusão dos três movimentos sem no
entanto prever o nome que a mesma a organização passaria a denominar-se. O nome
FRELIMO nasceu em Janeiro ou Março de 1962, em Accra, Ghana, durante uma
conferência organizada pelo Dr. Nkwame Nkrumah, denominada "Conference of
freedom fighters" ou seja conferência dos combatentes da liberdade 2.
De acordo com o
nosso interlocutor, o nome FRELIMO foi sugerido pelo Fanuel Gideon Mahluza,
vice-Presidente da UDENAMO, onde foi acolhido por maioria absoluta numa
assembleia na qual fizeram parte Adelino Xitofo Gwambe, Marcelino dos Santos,
David José Mabunda (presentemente em Michigan, EUA).
Após a escolha do
nome submeteu-se à apreciação do Dr. Nkrumah, tendo ultimamente sido remetido
ao Peter Mbju Koinange que era Secretário-Geral do movimento Pan Africano do
Este e da África Central. Isto viria a culminar com a aprovação da denominação
FRELIMO, após que a mesma viria a ser anunciada em Accra e Dar Es Salam.
"Durante este período não estava presente nenhum dos nomes que hoje se
ouve falar serem fundadores da FRELIMO, incluindo Mondlane, Machel ou
simplesmente membros que estão no actual Governo.
Eu desafio as
pessoas a terem que consultar as historiografias existentes em Tanzânia e
Kenya, pois facto foi amplamente divulgado nos órgãos de informação. Só em
Tanzânia podem procurar nos jornais "Nguromo" e "The Tanganyka
Standard", enquanto isto em Kenya "The East African Standard" e
The Daily Nation of Kenya", do período que vai desde Janeiro de 1961 até
Junho de 1962" 3.
Khamba elucidou
através dos documentos que possuía que apesar da organização ter sido formada
em Fevereiro e Março foi formalizada no dia 25 de Junho 2.
Mondlane chega a FRELIMO na boleia das Nações Unidas
Um programa levado
a cabo pelas Nações Unidas nos países de África, Ásia, América do Sul e
Caraíbas cujo pano de fundo era a situação política nos territórios colonizados
levou a que em 1962 deslocassem ao continente negro várias individualidades,
uma das quais é o Dr. Eduardo Mondlane. Este, segundo a nossa fonte,
antecipou-se à presença ou chegada, à Dar-Es-Salaam, da Comissão dos Assuntos
políticos dos Países Africanos de Expressão Portuguesa, liderada por Archerk
Maroul da Guiné Conacri.
Adelino Gwambe,
Jaime Khamba, Lopes Tembe Ndelane (antigo embaixador Moçambicano na China e
Zimbabwe), Filipe Samuel Magaia, António Tchapo, Miguel Marupa e outros, são
que participaram no primeiro encontro com a comissão das Nações Unidas.
Poucos dias antes
da chegada em Dar Es Salam da equipa das Nações Unidas, com a intenção de
investigar sobre os assuntos dos países africanos de expressão portuguesa,
percebe-se a presença do Dr. Eduardo Mondlane, numa altura em que Mabunda e
Adelino Gwambe, na qualidade do Presidente da UDENAMO, tinham-se deslocado à
Ghana.
Urias Simango
A sua saída
provisória para Ghana, Gwambe e Mabunda atribuíram ao reverendo Urias Simango,
que se juntara à UDENAMO através da uma organização denominada "Portuguese
Easty African Society", fundada no Zimbabwe, a responsabilidade sobre a
direcção, tendo como seu coadjuvante Paulo Gumane.
Urias Simango é
citado pelo nosso interlocutor como tendo criado base do movimento em várias
posições. Ele fazia um trabalho intenso no Zimbabwe, através da "Portuguese
Easty African Society", que se camuflava com a utilização de vestes de
padres, de tal modo que recrutavam facilmente jovens à Rodésia, tanto como para
Tanzânia. Naqueles anos Simango foi quem recrutou muitos Moçambicanos
para a libertação do País.
"No dia
previsto para a realização da reunião com o responsável da Comissão dos
Assuntos Políticos do Países Africanos de Expressão Portuguesa, Archerk Marouf,
Eduardo Mondlane chegara ao palco da conferência, um edifício designado
Nazmoja, acompanhado por tanzanianos, ao que os líderes das organizações,
nomeadamente UDENAMO e MANU, estranharam. Mal vi o Dr. Mondlane de imediato
comuniquei ao reverendo Urias Simango e Paulo Gumane, os quais não acreditaram
porque não tinham sido avisados sobre a sua vinda à África. Mas com a descrição
que lhes forneci, Simango acreditou que tratava-se na verdade de Mondlane,
tendo no entanto lá se dirigido a fim de desejar-lhe os cumprimentos de boas
vindas", conforme afirmou Khamba. Simango chegara a Nazmoja após o Dr.
Eduardo Mondlane ter apresentado a sua comunicação à referida comissão das
Nações Unidas, denunciando, entre outras coisas, a violação dos direitos
humanos. A sua intervenção foi bastante louvada nos circuitos políticos tanto
como na imprensa nomeadamente "Tanganyka Standard” que o citou como sendo
um académico moçambicano que lecciona no ensino superior."Syracuse
University", em Nova Iorque.
Naquele dia, após
Dr. Mondlane ter apresentado o seu, relatório, segundo recorda o nosso
interlocutor, Urias Simango, representando as organizações UDENAMO e MANU
também fê-lo sem no entanto entrar em fricções com o primeiro.
Recorde-se que
nesta altura Hlomulo e Mabunda encontravam-se em Ghana. A estadia prolongara-se
por longo tempo, ao ponto de se ter especulado que aqueles dois andavam a
esquivar-se de Eduardo Mondlane.
Para Jaime Khamba,
a verdade é que Gwambe, na qualidade de Presidente da UDENAMO, era na altura
muito solicitado noutros países para debater questões da revolução contra os
imperialistas. "Nessa altura havia rumores de que ele receava encontra-se
com o Dr. Mondlane,' mas a verdade é que se encontrava em Nova Deli, na Índia,
para assistir a Conferência de Juventude".
Noutros círculos,
de acordo com o nosso interlocutor, o atraso de Gwambe era visto como uma forma
de protesto contra Dr. Mondlane alegadamente por este, estando a residir na
América, nunca ter-se empenhado nas actividades políticas à semelhança de
alguns líderes intelectuais corno Dr. Hastings Kamuzu Banda, Jomo Kenyata,
quando estes estavam ainda na Inglaterra. E não, por aquele ter visitado a sua
família em Moçambique, em 1961, sem nenhum tipo de problema com os colonos,
quando por aquela altura havia uma escalada de detenções em Moçambique e
Angola.
Eleições na
FRELIMO
Finalmente Adelino
Gwambe chega à Tanzânia ido da Índia. Posto isto ele (Gwambe) e Eduardo
Mondlane tiveram um encontro prolongado a portas fechadas. Segundo a nossa
fonte, o tal encontro eram para ambos dissiparem equívocos sobre aquilo que
tinha acompanhado em relação a ausência do Gwambe.
O Dr. Eduardo
Mondlane e Reverendo Urias Simango eram apenas dois candidatos numa eleição
renhida no dia 25 de Junho de 1962. Gwambe fez campanha para Simango mas mesmo
assim o seu candidato preferido não passou. Eduardo Mondlane teve 51% de votos
e o seu opositor Urias Simango foi confiado 49%, tendo em resultado do
escrutínio o derrotado assumido o cargo de vice-Presidente do movimento - FRELIMO.
O primeiro
presidente da Frelimo convidou, sem sucesso, Adelino Gwambe para ocupar o cargo
de Secretário-Geral, ao que este recusara tendo sugerido que a função fosse
assumida por David José Mabunda.
Staff da Frelimo (1962)
1. Dr. Eduardo
Chivambo Mondlane - Presidente
2. Reverendo Urias
Timóteo Simango - Vice Presidente
3. David José M.
Mabunda - Secretário-Geral
4. Paulo J. Gumane
- Vice-Secretário Geral
5. Jaime Mussadala
- Tesoureiro Geral
6.João Mauenda -
Vice-Tesoureiro
7. Rafael S. Nungu
- Secretário Administrativo
8. Mateus M. Mmole
– Vice-Secretário Administrativo 4
9. Lourenço Mutaca
- Secretário Financeiro
10.Leo Milas -
Secretário de mobilização
11.Lourenço
Millinga - Vice secretário de mobilização
12.Marcelino dos
Santos - Secretário de assuntos exterior
13.F. Dewase -
Secretário da Juventude
Leo Milas cria
bagunça
Logo que se
concretizou a eleição de Dr. Mondlane para o cargo de presidente da Frelimo, o
que foi interpretado que fora maquinada para que o mesmo tomasse o poder, de
imediato o presidente da FRELIMO partiu para os Estados Unidos da América
(EUA), deixando como substituto Leo Milas, um cidadão cuja nacionalidade
desconhecíamos. O vice-presidente Reverendo Urias Simango, no lugar de dirigir,
foi preterido.
A indicação de Leo
Milas para velar pela FRELIMO no período de ausência de Mondlane mereceu aval
do ex-presidente Julius Nyerere, que foi recomendado pelo presidente eleito no
sentido lhe prestar todo o apoio necessário. Todavia, Milas começou a criar
confusão no seio dos militantes, rasgando ordens de expulsão sem justa causa.
Isto ocorre numa altura em que Marcelino dos Santos se encontrava em Marrocos,
pois a sua nomeação para o cargo de secretário de assuntos exteriores nesta
fase.
Usando os poderes
que lhe tinham sido conferidos, Milas expulsou ilegalmente Paulo Gumane, David
Mabunda e outros. Leo Milas, que não tinha espírito de liderança, de acordo com
Jaime Khamba, solicitou Marcelino dos Santos a escrever ao ex-Presidente do
Uganda, Milton Obote, para perseguir os que fugiam de maus tratos no seio do
movimento. O substituto de Mondlane também não poupou o reverendo Urias Simango
demonstrando desrespeito a esta figura respeitada que servia da biblioteca de
todas as organizações Africanas que se encontrava a preparar a revolução
naquele país.
Marcelino dos
Santos acusado de trair Sigauke
Conforme referimos acima, a nomeação de Marcelino dos Santos para o cargo de secretário dos assuntos exteriores da Frelimo foi feita numa altura em que se encontrava em Marrocos. Marcelino tinha sido suspenso da UDENAMO, por suspeitas de traição a Jaime Rivaz Sigauke, oficial daquele movimento que foi capturado na Rodésia em 1961 e deportado para Moçambique donde foi cair nas mãos dos portugueses.
A suspeita caiu
para Marcelino dos Santos, segundo o nosso interlocutor, porque momentos antes
da sua detenção na Rodésia, Sigauke teve confidências com este.
Ao longo do tempo,
conforme conta Jaime Khamba, Marcelino dos Santos sentia-se inseguro no
movimento por causa da sua coronel Santos (mestiço) julgava-se descriminado
racialmente a ponto de em 1968 escrever no seu diário em língua Chinesa que os
Moçambicanos viam nele como um não verdadeiro Africano.
Jaime Khamba disse
que ele juntamente com o seu companheiro John Bande tiveram a oportunidade de
reconhecer o diário de Marcelino dos Santos no
avião, quando uma delegação Chinesa, que partia à Moshi, uma zona de
Tanzânia para uma conferência de solidariedade Afro-Asiática, lhes
traduziu à letra o conteúdo dos escritos do secretário das relações exteriores. Os tais chineses ficaram impressionados com o nível de escrita de dos Santos.
avião, quando uma delegação Chinesa, que partia à Moshi, uma zona de
Tanzânia para uma conferência de solidariedade Afro-Asiática, lhes
traduziu à letra o conteúdo dos escritos do secretário das relações exteriores. Os tais chineses ficaram impressionados com o nível de escrita de dos Santos.
Marcelino dos
Santos é citado como tendo-se queixado ao Dr. Mondlane que a sua suspensão na
UDENAMO "deveu-se aos problemas raciais, o que não é verdade porque antes
da sua nomeação em 1961 em Marrocos como oficial da UDENAMO e da Conferência
das Organizações da África Negra sob domínio colonial Português (CONSP) nós já
sabíamos que era um mestiço cujos parentes são Cabo-verdeanos. Nessa altura,
Samora Machel e companhia ainda não estavam dado muitos deles juntaram-se a
nós em 1963, tendo contudo contribuído fortemente no desenvolvimento da revolução.
SAVANA –
05.09.2003
_______
NOTAS (Baseadas na
obra “MOZAMBIQUE - The Tortuous Road to Democracy” de João M. Cabrita
(Macmillan, Londres e Nova Iorque, 2000)):
1. Khamba fala da fusão de três
movimentos, nomeadamente a Udenamo, a MANU e a Makonde African Association
(MAA). Na realidade, a fusão foi entre a UDENAMO e a MANU. A MANU englobava as
três alas da Makonde African Association (MAA) que se haviam coligado em
Janeiro de 1961. As alas da MAA e os respectivos dirigentes eram os seguintes:
MAA (Dar-es-Salam) – Mateus Mmole
MAA (Zanzibar) – Ali Madebe
MAA (Mombaça) – Samuly Diankali
2. A fusão entre a UDENAMO e a
MANU ocorre em Dar-es-Salam a 24 de Maio de 1962, portanto antes da conferência
de Acra. A conferência a que Khamba se
refere como “Conference of freedom
fighters” foi a «African Freedom Fighters Conference» que teve lugar em Acra
nos finais de Maio e princípios de Junho de 1962, e não em “Janeiro ou Março de
1962”.
3. O comprovativo de que a «African
Freedom Fighters Conference» realizou-se de Maio a Junho de 1962 é a notícia
dada pelo jornal ganês, Evening News, edição de 6 de Junho de 1962 (pp 1 e 2),
com o título, “Mozambique Parties Answer Osagyefo’s ‘Close Ranks Call’”.
“Osagyefo” (ou Redentor) era o título honorífico de Kwame Nkrumah.
4. A Mmole foi na realidade atribuído o cargo de
tesoureiro. João Munguambe foi designado sec
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