DOCUMENTÁRIO – A HISTÓRIA DE
ADOLF HITLER
27 junho 2012
DOCUMENTÁRIO- ILHA DE MOÇAMBIQUE- PATRIMÓNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE
DOCUMENTÁRIO- ILHA DE MOÇAMBIQUE- PATRIMÓNIO
MUNDIAL DA HUMANIDADE
O filme documentário abaixo retrata de forma resumida a
história da Ilha de Moçambique (norte de Moçambique) e a sua importância estratégica na navegação
portuguesa a caminho das Índias.
Veja também o filme da descoberta do navio São José da esquadra comandada por Francisco da Gama
afundada perto da ilha de Moçambique em 1662 e do resgate do seu tesouro no
site: http://www.macua1.org/arqueonautasilha/arqueonautasilha.html. Existem também
vários links sobre a Ilha de Moçambique em http://www.macua.org/ilharecuperacao/index.html.
26 junho 2012
DOCUMENTÁRIO-
OPERAÇÃO NÓ GORDIO
24 junho 2012
Massacre de Wiriyamu
Massacre do Wiriyamu- 40 anos depois
As consequências políticas do massacre do Wiriyamu resultou numa
decisiva vitória política para os insurgentes, o que aumentou a pressão
diplomática sobre Portugal e os desacordos entre a Igreja, os militares, os
serviços de inteligência e as elites políticas. Isto, por sua vez, contribuiu
decisivamente para uma crescente atmosfera de descontentamento entre os
militares portugueses com as campanhas em África (veja o video abaixo).
AS
7 MARAVILHAS DO MUNDO
O vídeo abaixo mostra as 7 maravilhas do Mundo que podem ser considerados
os maiores monumentos históricos construídos na face da Terra. São magníficas
obras arquitectónicas que vale apenas apreciar. Os monumentos estão espalhados
pela Ásia (China e Jordânia), América Central e do Sul (México, Brasil e Peru),
África (Egipto) e Europa (Itália). Depois de assistir o vídeo deixe o seu
comentário.
22 junho 2012
O jubileu do luto e da mentira: o outro lado da história
O jubileu do luto e da mentira: o outro lado da história
Maputo (Canalmoz) – 2012 foi declarado pelo partido que tem estado no poder, o “Ano do Jubileu”, justificando-se que este ano o partido Frelimo completa 50 anos da sua criação. Estamos, no entanto, perante uma descarada mentira como provam os factos.
A FRELIMO – Frente de Libertação de Moçambique e Partido Frelimo são duas entidades diferentes e em rigor é mentira que a organização que está presentemente no poder seja a mesma que proclamou a autodeterminação e independência de Moçambique. É verdade que usurpou o acrónimo FRELIMO da Frente de Libertação de Moçambique, mas Partido Frelimo não é a mesma coisa que Frente de Libertação de Moçambique.
É preciso que os moçambicanos saibam que estão a querer enganar-nos quando pretendem fazer crer que o Partido Frelimo faz 50 anos.
É preciso que os moçambicanos se recordem ou fiquem a saber que a 03 de Fevereiro de 1997 foi extinta a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e no mesmo 3.0 Congresso, que decorreu em Maputo até 07 de Fevereiro, foi criado o Partido Frelimo. Seguiu-se até, como o comprovam os jornais da época, a campanha de “Estruturação do Partido”, um processo que levou à exclusão de milhares de antigos combatentes pela Independência Nacional que se recusaram a subscrever o marxismo-leninismo que passou a ser a ideologia do Partido Frelimo. Muitos antigos combatentes da libertação nacional foram até espancados e assassinados por discordarem quando se deu a ruptura entre os que subscreveram o “socialismo científico” ou marxismo-leninismo e os outros.
Os próprios Estatutos do Partido Frelimo, aprovados no 7.0 Congresso na Matola, que decorreu de 19 a 24 de Maio de 1997, e revistos a 17 de Junho de 2002 no 8.º Congresso, este também na Matola, fez domingo último 10 anos, no seu preâmbulo refere e citamos: “nós, militantes do Partido, herdeiros da Frente de Libertação de Moçambique…”. Quem herda não é. “Pela boca morre o peixe”…
Nos mesmos estatutos refere-se no ARTIGO 1.2 que o Partido Frelimo foi fundado em Dar-es-Salaam, na Tanzania, a 25 de Junho de 1962. Também isso é uma redonda mentira porque o que foi realmente fundado na capital tanzaniana nessa data foi a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). O Partido Frelimo foi fundado a 03 de Fevereiro de 1977, em Maputo, capital de Moçambique já independente, na altura há cerca de dois anos.
No Artigo 2 dos Estatutos em vigor o próprio Partido Frelimo admite que “o Partido continua a acção e tradições gloriosas da FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE MOÇAMBIQUE…”, mas admite isso só em 1997, já depois do Acordo Geral de Paz quando começa a querer limpar as nódoas do passado.
Em 1977 os que criaram o Partido Frelimo romperam com a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), extinguindo-a. A parte de militantes que não subscreviam o marxismo-leninismo não deixaram de ser antigos combatentes pela Independência Nacional, não deixaram de ter sido da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), mas deixaram de ser do “Partido Frelimo – Partido de Vanguarda Marxista-Leninista”.
Uria Simango e muitos outros foram fundadores e membros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), foram mortos pelo regime em processos extra-judiciais e até hoje se desconhece onde estão os seus restos mortais. Nunca foram do Partido Frelimo.
A morte de Eduardo Chivambo Mondlane que também ainda hoje se ensina nas escolas que foi na sede da Frente de Libertação de Moçambique, em Dar es Salaam, é mentira que tenha sido aí. Foi, de facto, a mais de quinze quilómetros da sede da FRELIMO na baixa da capital tanzaniana. Foi em Oyester Bay, na residencial de uma americana, Betty King, que era na altura secretária da esposa de Mondlane, Janet Mondlane, também ela de origem americana. Porque esconderam a verdade que até veio expressa no Boletim da FRELIMO editado em Dar es Salaam pelo falecido jornalista Ian Christie?
Por que razão mentem estes senhores do Partido Frelimo?
Usam os bens do Estado Moçambicano para seu próprio benefício. Usurpam os meios do Estado e servem-se de datas nacionais que a todos cobrem e não dizem respeito apenas ao partido Frelimo e ignoram as valias dos outros tão moçambicanos como eles, porquê?
Falam de paz mas usam sistematicamente armas para atingir os seus fins, porquê?
Os moçambicanos terão todos muito orgulho na Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) mas não têm todos orgulho do Partido Frelimo.
Os moçambicanos terão todos orgulho de serem hoje cidadãos de um País soberano, mas nem todos se revêem ou se identificam com o Partido Frelimo.
Moçambique tem hoje mais de 20 milhões de habitantes e o Partido Frelimo reivindica como seus membros cerca de 2 milhões. Admitindo essa probabilidade os membros do Partido Frelimo não chegam a 10% dos cidadãos moçambicanos.
Como já foi anunciado, as comemorações deste partido que merece tanto respeito como todos os outros, mas a que não assiste o direito de se julgar dono do País e dos seus cidadãos, vão continuar, e tudo leva a crer que a partidarização das datas nacionais vai também continuar a servir para confundir todo um Povo a quem se insiste em enganar fazendo crer que quem libertou Moçambique foi apenas quem está no Partido Frelimo.
Na próxima segunda-feira é dia 25 de Junho, Dia da Independência Nacional que se proclamou em 1975. Para ela contribuíram milhões de compatriotas que não se revêem no partido Frelimo, mas este partido porque se tem mantido no poder, irá certamente mais uma vez usar esta data nacional para enganar os moçambicanos no geral fazendo crer que foram apenas os que criaram o Partido Frelimo que criaram a Frente de Libertação de Moçambique. Até omitem a memória do III Congresso que criou o partido marxista-leninista a 3 de Fevereiro de 1977.
A Frente de Libertação de Moçambique foi criada a 25 de Junho de 1962 e foi extinta a 03 de Fevereiro de 1977. Não chegou a fazer 15 anos. Já o Partido Frelimo, criado a 03 de Fevereiro de 1977, a 25 de Junho, na próxima segunda-feira não faz anos. Já fez 35 em Fevereiro. Isto são factos.
Durante esta fase preparatória do dito “jubileu”, muitas coisas foram acontecendo, perante as quais só se pode manter calado, quem beneficia do caos instalado no País pelo regime que vigora eliminando opositores, aldrabando eleições, prendendo quem discorda, roubando bens do Estado, viciando a Justiça, fechando os olhos às práticas dos que violam as leis só porque pertencem ao mesmo “clube”.
Para além da usurpação dos meios e datas do Estado, os discursos que têm estado a ser propalados pelos dirigentes do Partido Frelimo e seus acólitos, são um verdadeiro insulto à memória de muitos moçambicanos desaparecidos, mortos e espoliados, e de suas famílias e herdeiros.
Nesta edição voltamos a falar de uma das vítimas do célebre processo de Nachingweia em que uma parte dos membros da Frente de Libertação de Moçambique que viria a criar o Partido Frelimo eliminou fisicamente a outra alegando apenas que eram reaccionários.
No recente “simpósio”, que foi realizado na Matola a semana passada perfilaram antigos membros do “Bureau Político do Partido Frelimo” entre os quais uns membros fundadores outros não da Frente de Libertação de Moçambique – o Movimento de Libertação que congregava diferentes sensibilidades de moçambicanos. Os que foram afastados do Partido Frelimo quando foi extinta a Frente de Libertação de Moçambique, os que foram forçados a sair do País e muitos combatentes anónimos pela Independência Nacional, como sempre foram marginalizados e estão a ser marginalizados, precisamente porque este “jubileu” ainda é o do luto e da mentira.
Foram marginalizados os que não concordavam com as ideias marxistas-leninistas adoptadas pelo grupo do Partido Frelimo. Foram presos e mortos porque defendiam para Moçambique uma sociedade diferente, com direitos, liberdades e garantias que só uma guerra civil tremenda e devastadora acabou por forçar a que fossem admitidos e institucionalizados constitucionalmente.
No “simpósio” da semana passada na Matola, mais uma vez, a história voltou a ser escamoteada. Os moçambicanos voltaram a ser presenteados com meias verdades e mentiras. A verdade continua a ser escamoteada incompreensivelmente.
De todos os oradores do dito simpósio, desde Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos, a Feliciano Gundana, e tantos outros, ninguém ousou tocar no outro lado da história. Todos falaram do que convém. Ocultaram factos relevantes.
Ninguém falou dos assassinatos dos chamados reaccionários; ninguém falou das aldeias comunais e do desastre sócio económico e cultural que foi essa experiência. Ninguém falou da operação produção em que milhares de inocentes foram levados de Maputo para serem deixados à mercê de leões em Niassa. Ninguém falou dos campos de reeducação de onde milhares de moçambicanos não voltaram mais, nem ninguém os voltou a ver. Ninguém falou das torturas e fuzilamentos públicos dos chamados “inimigos da revolução ou inimigos do povo”.
É importante que se diga a verdade para não se continuar a alienar as mentes dos moçambicanos.
Se os autores desses crimes hediondos os escondem porque têm vergonha dos seus actos, então estão a tomar a decisão errada. O que devem fazer é retratarem-se e redimirem-se publicamente, confessando os seus crimes, pedindo perdão às vítimas e devolvendo os restos mortais das vítimas aos seus entes queridos. Acreditamos que se o fizessem estariam a promover a unidade nacional. Com a mentira não!! (Canal de Moçambique
18 junho 2012
DOCUMENTÁRIO: THOMAS SANKARA, PRESIDENTE DO BURKINA FASO
DOCUMENTÁRIO: THOMAS
SANKARA, PRESIDENTE DO BURKINA FASO
O documentário retrata a vida de Thomas Sankara, presidente do Burkina
Faso, que apesar de ser jovem possuia uma visão progessista da África. Os seus
ideais socialistas levaram ao seu assassinato. Assista para compreender a
história deste grande nome da História de África.
Se as legendas não
aparecerem automaticamente, posicione o mouse (rato) na seta para cima que
aparece na barra inferior da moldura da tela do Youtube, e depois, clique em CC
e selecione o idioma da legenda. Isto só funciona com o vídeo em execução.
17 junho 2012
FILME SHAKA ZULU
FILME SHAKA ZULU
Shaka Zulu é um filme que retrata o Império Zulu do sul da África.Mostra
como foi contacto com entre africanos e ingleses e as contradições políticas internas do
Império derivados da política marcial e ambicionista do Imperador Zulu o que
contribuiu para a destruição política do mesmo. O filme ajuda-nos também a compreender
o processo da colonização europeia no sul da África.
FILME HOTEL RWANDA
Hotel Rwanda é um filme que retrata a
violência étnica entre Hutus e Tutsis no Rwanda e que culminou com milhares de
mortes.
As razões deste genocídio ainda carecem de pesquisas mais aprofundadas. Há
hipóteses que sustentam a ideia de que houve uma influência externa, ou seja,
os franceses contribuiram para ocorresse este fenómeno. Outros aindam procuram
buscar as evidências na colonização alemã e belga na região na medida que estes
fomentaram o tribalismo através da prática de dividir para reinar. Poucos são
os estudos que buscam a compreensão do fenómeno partindo das relações étnico-raciais desde o período
pré-colonial. Não pretendo de forma
alguma afirmar que esta última argumentação seja a mais próxima da verdade, mas
gostaria de chamar atenção que é preciso que na análise do genocídio seja
analisado os intervenientes (hutus e tutsis) como sujeitos históricos activos do processo.
Alguns autores e responsáveis pelo genocídio foram julgados, mas a justiça
esta longe de ser concluída sobretudo
porque o Ocidente ainda escondem nos seus países alguns deles. Acompanhe
atentamente para compreender a dimensão moral da tragédia. No fim elabore o seu
comentário. 16 junho 2012
Prefácio do livro "Futebol e Colonialismo. Corpo e Cultura Popular em Moçambique" de Nuno Domingos
Prefácio do livro
"Futebol e Colonialismo. Corpo e Cultura Popular em Moçambique" de
Nuno Domingos
À primeira vista este trabalho é sobre
futebol e o modo como era praticado em Lourenço Marques – a maior cidade e
centro administrativo da colónia portuguesa de Moçambique – na primeira metade
do século XX. O trabalho interpreta o desenvolvimento do jogo, desde a fundação
dos primeiros clubes formados por expatriados ingleses, passando pela
organização em Moçambique de filiais de clubes metropolitanos como o Sporting e
o Benfica, até à abertura deste clubes a membros de uma elite Africana, a maior
parte deles mestiços, e à criação da Associação de Futebol Africana, com
jogadores, na sua maioria, provenientes das classes trabalhadoras africanas que
viviam na periferia pobre da cidade onde estes jogos decorriam.
Os historiadores do futebol irão, com
certeza, ficar interessados em aprender algo mais sobre o contexto que produziu
talentos como Mário Coluna ou Eusébio, ambos figuras maiores do futebol europeu
em meados do século XX. E a reivindicação de que o futebol é um – senão o –
desporto mundial será apenas reforçada pelas descrições do entusiasmo com que
os moçambicanos, de diferentes origens, abraçaram o jogo há tantos anos. O
trabalho de Nuno Domingos vai, no entanto, muito além de uma narrativa
histórica da disseminação de um jogo europeu (na sua versão moderna) numa
colónia africana. A sua «grande questão» é a relação ente o colonizador e o
colonizado concebida desde o jogo de futebol.
Deste modo, esta investigação baseia-se e
dá continuidade a uma tradição das ciências sociais que tem vindo a produzir,
no domínio dos Estudos Africanos, resultados relevantes nas últimas décadas: o
estudo da «cultura popular». Até à data, os estudos da cultura popular africana
focaram-se sobretudo nas artes, na escultura, na pintura, na música, na dança,
na literatura, no cinema e no teatro. Estes trabalhos tornaram visível a
interacção dinâmica entre tradição e modernidade no continente africano,
destacando os meios pelos quais as formas africanas de expressão se articularam
com a experiência vivida dos processos históricos que ligaram o continente com
um mundo mais largo, do colonialismo até ao nacionalismo revolucionário, ao
socialismo e ao neo-liberalismo. Através destes processos, os africanos
adoptaram e adaptaram géneros expressivos para os seus próprios fins e, como
este trabalho demonstra, contribuíram profundamente para as trajectórias
globais destas diversas formas.
O próprio Nuno Domingos adopta e adapta os
estudos da «cultura popular» para perseguir os seus objectivos neste trabalho.
Fazendo-o, estende a abordagem a uma área ignorada com demasiada frequência por
historiadores e cientistas sociais, o desporto. Ao observar a forma como o
futebol era jogado no Moçambique urbano por intermédio do enquadramento
conceptual do genre
põe de parte a asserção de que o jogo – definido como é por um conjunto de
regras – viaja inalterado de um contexto social para o outro. Tal como as
artes, o trabalho mostra-nos que o futebol foi transformado por aqueles que o
praticaram em locais como o Moçambique colonial. Mas não é a transformação do
jogo em si mesma que mais interessa a Nuno Domingos. Ele está, sobretudo, mais
interessado nas «grandes questões», isto é, em saber como o jogo transformou,
ou não, aqueles que jogavam neste contexto colonial, e de como foram, ou não,
capazes de usar o jogo para transformar o mundo em que viviam.
O pouco que se tem escrito sobre desporto
em contexto colonial tende a focar-se no seu uso como instrumento de poder. Ao
jogar – ou sendo compelidos a jogar – os jogos dos colonizadores, defende-se
que os corpos dos colonizados foram disciplinados e as suas mentes orientadas
em direcção a novas ideias tais como a «competição estruturada», o «fair
play» e o «Estado de direito». O trabalho de
Nuno Domingos demonstra claramente que, em certa medida, o regime colonial
português concebeu o desporto, nomeadamente o futebol, como uma forma de
«civilizar». Demonstra também, no entanto, que este não foi um projecto
inteiramente bem sucedido. O modo como os moçambicanos urbanos jogaram futebol
permitiu-lhes exprimir e reforçar as suas formas de estar no mundo, em parte
para se transformarem a si próprios, numa tentativa de acederem a um universo
que quase sempre os excluía.
A utilização neste livro dos textos do
poeta e jornalista proto-nacionalista José Craveirinha – que escreveu sobre o
futebol praticado nos bairros suburbanos da «cidade de caniço» – proporciona
aos leitores um aprofundamento acerca do modo como o jogo foi praticado pelos
africanos de classe trabalhadora, inclusivamente sobre os detalhes mais ínfimos
tais como os termos que designavam a performance, os gestos físicos e as
disposições morais que animavam jogadores e público nos inúmeros «pequenos
lugares» onde se encontravam. Em campos improvisados, no meio dos subúrbios
sujos e sobrepovoados que rodeavam a «cidade de cimento», o humor, a
criatividade, a dissimulação e a violência faziam parte do jogo, tal como
faziam parte da vida de todos os dias dos residentes destes bairros sob domínio
colonial. Ao jogar futebol desta forma, os habitantes destas «ruas perigosas»
submetiam-se às regras do futebol e simultaneamente desafiavam-nas, resistindo
ao poder colonial e procurando capturá-lo. O reconhecimento e a exploração pelo
autor de paradoxos como estes sustenta uma narrativa histórica de rico e subtil
detalhe.
Nestas páginas o futebol não é apenas um
jogo, mas a peça chave de um quadro vivo cujos personagens principais têm até
ao momento sido insuficientemente estudadas. Assim sendo, o trabalho de Nuno
Domingos não só identifica as peças em falta na visão de conjunto da história
portuguesa e moçambicana, para não falar da história do futebol, como oferece
uma perspectiva excepcionalmente pormenorizada da experiência vivida do
colonialismo português em Moçambique – permitindo comparações com experiências
semelhantes noutros contextos – ao mesmo tempo que nos alerta para as inúmeras
e muitas vezes contraditórias potencialidades do desporto enquanto meio para
moldar as subjectividades humanas.
·
1. Thomas Hylland Eriksen, Small Places, Large Issues: An
Introduction to Social and Cultural Anthropology (Pluto Press, 1995).
Documentário: A História do Racismo
A História do Racismo
O documentário
analisa a evolução do racismo do século
XVI-XVII estimulado pelo comércio de escravos até aos nossos dias. É de realçar
que neste documentário de forma explicita e evidente compreende-se que o racismo esta directamente
ligado a motivos económicos. Vale a pena
assistir. No fim peço o seu comentário.
Jorge Fernando Jairoce
14 junho 2012
Documentário: diamantes de sangue
Um documentário que vale a pena ver, pois retrata a forma como os recursos naturais (diamante) foi explorada em Africa e as repercussões da mesma na promoção da violência armada (guerras em Angola e Serra Leoa). Sempre que usar uma joia de diamante questione a origem legal do mesmo.
Jorge Fernando Jairoce
Documentário: Africa-história rejeitada
Este e um documentário sugestivo para assistir para quem se interessa em compreender a representação da historia e cultura africana pelos eurocentristas. Essa representação por sua vez produziu uma serie de preconceitos em relação a Africa e ao homem negro. Não ha duvida que estes preconceitos raciais e eurocentricos contribuíram por sua vez para um aproveitamento econômico, refiro me particularmente ao trafico negreiro e a colonização do continente africano. Vale a pena assistir.
Jorge Fernando Jairoce
MUSEUS E O PATRIMÓNIO HISTÓRICO CULTURAL MOÇAMBICANO
MUSEUS E O PATRIMÓNIO HISTÓRICO CULTURAL MOÇAMBICANO
Jorge
Fernando Jairoce
Neste artigo pretendo fazer uma reflexão em relação a situação dos museus e o
património histórico cultural no nosso país. O brasileiro Mário Chagas (2007), considera
o museu “como um espaço de trocas, de
relação e de preservação de documentos, que só possuem sentido se para eles
houver um uso social”(p.4).
A partir desta definição, podemos dizer
que o museu não é um espaço acabado, restrito a quatro paredes para existir, ou
seja, o local onde se depositam coisas velhas, gabinete de curiosidades, tal
como demonstram os museus moçambicanos. Os museus em Moçambique ainda são vistos
na perspectiva tradicional, ou seja, estáticos e fechados (restritos ao seu plano conceptual e
não prático). Os museus em Moçambique carecem de programas educativos e sociais
específicos. No estudo por mim efectuado em 2004, para avaliar a utilizaçao dos museus da Cidade
de Maputo pelos professores e alunos no ensino de História trouxeram dados
supreendentes. As escolas da Cidade de Maputo que estão próximos do museus
passam anos e anos sem visitá -los, o que vale referir que os professores mesmo
com os museus próximos da escola (Museu
da Revolução próximo da Escola Secundária Francisco Manyanga; o Museu de
História Natural e de Geologia próximo da Escola Comercial de Maputo e Escola
Secundária Josina Machel) não utilizam
como recurso educativo, o que contribui para o seu desconhecimento por
parte dos alunos.
Outra razão que contribui para o desconhecimento
dos museus tem a ver com a sua fraca divulgação e publicitação, uma vez que não
promovem o contacto com as escolas divulgando a sua realidade aos alunos e pior ainda não possuem serviços educativos
organizados. Os nossos museus carecem de profissionais formados que possam
acompanhar didácticamente os visitantes.
A preservação de alguns museus e os
acervos deixam a desejar, tal é como é o caso do Museu da Revolução em Maputo e
o Museu Nacional de Etnologia em Nampula só para citar alguns exemplos. Estes
museus carecem de uma restauração urgente. De uma forma geral, os museus do país
precisam de acompanhar a dinâmica do mundo culturalmente mais diverso, senão os
mass media cada vez mais criativos e
abrangentes acabarão substituindo o seu papel na divulgação do património
histórico cultural nacional. Os museus nacionais devem investigar cada vez mais, renovar os
seus acervos, promover círculos de interesse educativos e tornarem –se mais
interventivos com vista a preservação do
património histórico cultural indispensáveis para promoção do espírito
patriótico e de cidadania moçambicana. Considerando este último os museus
deviam ser geridos por instituições académicas
e de pesquisa e não por partidos políticos como se pretende com o Museu
da Revolução.
Quando referimos o património histórico
cultural estamos a incluir os seus
elementos constituintes que são os bens culturais materiais (florestas
sagradas, objectos arqueológicos, monumentos, livros, instrumentos musicais, etc)
e imateriais (tradições orais- contos,
danças, canções, provérbios, mitos, línguas, etc) indispensáveis para a promoção
da identidade cultural e preservação da memória colectiva.
Estes bens culturais constituem importantes
documentos históricos que merecem a sua valorização
e preservação para a construção da nossa história que ainda constitue uma
floresta virgem a ser desbravada. As nossas cidades capitais, ilhas, algumas
vilas, montanhas, edifícios antigos, etc, devem ser preservados, restaurados e
utilizados com vista ao desenvolvimento
do País, sobretudo através de promoção de actividades turísticas, educativas e
sociais.
Com vista a valorização e preservação do património histórico
cultural do país alguns passos foram dados com realização em Julho de 1978, da
1ª Reunião Nacional dos Museus na Ilha de Moçambique, onde foram discutidas questões
relacionadas a organização e
funcionamento dos museus bem como a necessidade da recolha e estudo do
património histórico cultural do país. Este encontro conduziu à realização de
campanhas de preservação e valorização cultural do património cultural em todo
país. Estas campanhas duraram cerca de 4 anos, ou seja, até 1982 quando foi
criado o então Serviço Nacional de Museus e Antiguidades que recolheu
informações e testemunhos sobre a História, manifestações artísticas, múmias e
danças, cerimónias e rituais, utensílios e instrumentos de produção, que deveriam ser legalmente protegidos pelo
Estado.
Foi então que, em 1988, como forma de
regulamentar a protecção do património cultural, o Conselho de Ministros aprovou
a lei 10/88 de 22 de Dezembro de 1988, relativa a protecção do patrimóno
cultural moçambicano. Esta lei, no seu capítulo III, artigo 4, atribui ao
estado a responsabilidade de incentivar a criação das instituições científicas
e técnicas como museus, bibliotecas, arquivos, laboratórios e oficinas de
conservação e restauro, necessárias à protecção e valorização do património
cultural. A lei estimula a utilização
dos meios do Sistema Nacional de Educação e orgãos de comunicação sociais para
educar os cidadãos sobre a importância do património cultural e a necessidade
da sua protecção.
Passados vinte anos após a aprovação desta
lei, os meios do Sistema Nacional da Educação continuam ineficientes na sua
acção educativa com a vista a valorização e protecção do património cultural
moçambicano. Aliás, este constitui um dos principais desafios enfrentados pelo
país no relacionamento prático da educação com a realidade sócio cultural da comunidade, o que seria extremamente importante
do ponto de vista afectivo e didáctico tendo em conta que a educação afigura-se
como o mecanismo mais adequado para a valorização e preservação do nosso
património histórico cultural, tal como foi reconhecido no I Conselho
Coordenador da Cultura realizada em 2000.
É interessante registar, entretanto, que
os conteúdos, transmitidos pelas nossas escolas
ao longo dos anos, têm privilegiado padrões de cultura importados, aplicados
sem a devida redução social, em conteúdos impostos de cima para baixo,
dissociados da realidade dos alunos, em escolas burocratizadas e distantes das
comunidades na qual estão inseridas. Então, é altura de valorizarmos estudos da
nossa realidade cultural e da nossa
memória histórica.
Perante esta situação urge reflectirmos
sobre a função educacional dos nossos museus (educação patrimonial), da nossa
política nacional da cultura e dos museus e o lugar do património histórico
cultural como elemento de desenvolvimento e da promoção da cidadania
moçambicana. Valorizando o património cultural nacional estaremos a valorizar a nossa história e
consequemente a promover a cidadania moçambicana.
10 junho 2012
CELEBRANDO MOÇAMBIQUE: PROGRAMA DAS ACTIVIDADES PARA A COMEMORAÇÃO DA SEMANA DA INDEPENDÊNCIA DE MOÇAMBIQUE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)
ESTUDANTES MOÇAMBICANOS EM PORTO ALEGRE
TERMOS DE REFERÊNCIA DAS ACTIVIDADES PARA A COMEMORAÇÃO DA SEMANA DA INDEPENDÊNCIA DE MOÇAMBIQUE
CELEBRANDO MOÇAMBIQUE
Porto Alegre, 25 a 29 de Junho de 2012
INTRODUÇÃO
No âmbito da comemoração do trigésimo sétimo aniversário da Independência de Moçambique, a ser celebrado no dia 25 de Junho, os estudantes universitários moçambicanos em Porto Alegre pretendem realizar palestras sobre a realidade política, económica e sócio-cultural de Moçambique, feira de gastronomia e divulgação da cultura moçambicana (danças, música e outras formas de expressão artística). Estas atividades enquadram-se na promoção de debate e troca de experiências com a comunidade universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e aos demais interessados em torno da realidade moçambicana no contexto das nações.
Assim estas atividades irão decorrer na semana de 25 a 29 de Junho de 2012 na UFRGS e é subordinada ao lema CELEBRANDO MOÇAMBIQUE. A escolha desta semana justifica-se pelo facto da Independência Nacional ser celebrada no dia 25 de Junho e assim sendo, demarca a preocupação da moçambicanidade pelas questões referentes à visibilidade e desenvolvimento de seu País.
As actividades a serem realizadas na semana de Moçambique visam:
i. Enaltecer o percurso histórico da Independência Nacional de Mocambique;
ii.Mostrar o universo sócio-cultural moçambicano;iii.Divulgar a realidade política, económica, social e cultural de Mocambique.
2. ATIVIDADES
Celebrando Moçambique será caracterizada pelas diversas atividades, tais como:
- Uma mesa redonda em sessão plenária;
- Exposição de objetos artísticos de Moçambique;
- Exibição de documentários sobre (i) a história de Moçambique; (ii) danças e instrumentos tradicionais de Moçambique; e (iii) potencialidades turísticas de Moçambique;
- Amostra da gastronomia moçambicana;
- Convívio de encerramento Celebrando Moçambique que se fará através divulgação da cultura de moçambicana através das danças, músicas e outras formas de expressão artística.
Com o evento prevê-se a participação de académicos, docentes, estudantes, convidados e o público em geral.
4. PROGRAMA DE ACTIVIDADES
Data: 25, 27 e 29 de Junho de 2012
Primeiro dia, Segunda Feira- 25 de Junho de 2012
Local: Campus Universitário do Centro - Salão dos Atos II (UFRGS)
Local: Campus Universitário do Centro - Salão dos Atos II (UFRGS)
Horas
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Actividades/Eventos
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Orador/Interveniente
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Moderador/Mestre de Cerimónias
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14: 00
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Entrada dos participantes
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Protocolo
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Protocolo
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14: 25
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Endereço de boas vindas aos participantes
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Representante de estudantes moçambicanos em Porto Alegre
Lourenço Cossa
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Mestre de Cerimónia (Bernardino Feliciano)
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14: 30
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Declamação de poema
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Sheila António
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Mestre de Cerimónia (Bernardino Feliciano)
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14: 35 às
16: 35
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Mesa Redonda
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• Moçambique: caracterização físico-geográfica e sua história – Jorge Fernando Jairoce
• Evolução económica de Moçambique – Faizal Carsane;
• As diversas manifestacões sócio-culturais de Moçambique – Segone Cossa
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Eduardo Sequela
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16: 40 às 17:00
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Exposição de objetos artísticos de Moçambique
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Todos participantes
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Expositores
Comissão organizadora
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17:00
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Fim das actividades do dia
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Fim das actividades do dia
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Fim das actividades do dia
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Local: Instituto de Educação
Horas
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Actividades/Eventos
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Orador/Interveniente
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Moderador/Mestre de Cerimónias
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14:00
às
14: 30
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Entrada dos participantes
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Protocolo
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Lourenço Cossa
Moshin Sidi
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14:30
às
17:00
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Exibição de documentários sobre (i) a história de Moçambique; (ii) danças e instrumentos tradicionais de Moçambique; e (iii) potencialidades turísticas de Moçambique;
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Participantes
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Lourenço Cossa
Moshin Sidi
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17:00
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Fim das actividades do dia
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Fim das actividades do dia
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Fim das actividades do dia
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Terceiro dia, Sexta Feira - 29 de Junho de 2012
Local:
Restaurante Per Tutti (Rua Marechal Floriano Pexoto, Nº 44 – Sobreloja - Centro Porto Alegre)
Horas de início:
19h
- Gastronomia;
- Festa de confraternização;
- Musica africana e Moçambicana com DJ Muali: Marrabenta, Passada, Pandza, Kuduro e outras.
- Convite: 30 Reais a venda nos contactos abaixo (Elmer e Jorge).
- Debate académico e informal sobre Moçambique;
- Divulgação da realidade política, económica, social e cultural de Moçambique e;
- Celebração da Independência Nacional de Moçambique.
Os resumos dos trabalhos deverão ser enviados por e-mail à Comissão Organizadora até
15 de Junho de 2012. Os resumos não podem exceder 200 palavras, têm que conter palavras-chave (5 a 6), devem ser escritos a espaço simples, formato da letra times new roman ou arial, tamanho 12. No resumo terão que constar os objectivos, metodologia, resultados e conclusões.
- Jorge Fernando Jairoce
- Segone Cossa
- Elmer Matos
- Bernadino Cordeiro
- Fulgêncio Muchisse
- Faizal Carsane
- Lourenço Cossa
- Cacilda Nhanisse
Porto Alegre, 21 de Maio de 2012
Os Coordenadores
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Jorge Jairoce (51 – 812067746; 51 – 84 736155)
05 junho 2012
Revoluções Africanas:
Angola, Moçambique e Etiópia
Visentini - Paulo Fagundes
Sinopse
Na 18ª obra da Coleção Revoluções do Século 20, Paulo Fagundes Visentini traça o cenário que possibilitou a eclosão das revoluções de cunho social ou socialista na África nos anos 1970, focalizando as consideradas mais marcantes: as que mudaram os regimes de Angola, Moçambique e Etiópia.
Segundo o autor, essas revoluções têm as mesmas características políticas e, do ponto de vista histórico, compartilham a mesma conjuntura que estimulou revoluções semelhantes em vários países do terceiro mundo naquele período. Tal cenário abrangia a crise econômica nos países desenvolvidos, a derrota dos Estados Unidos no Vietnã e a queda de governos autoritários que integravam o flanco sul da OTAN.
No caso africano, mais um ingrediente viria a integrar essa conjuntura: os movimentos de libertação das tardias colônias portuguesas, que acabaram por abrir caminho para revoluções nacionais democráticas e até socializantes.
Visentini analisa as lutas árduas decorrentes desses movimentos revolucionários, que tiveram de enfrentar forças conservadoras nacionais e estrangeiras poderosas, e as transformações sociopolíticas que promoveram ao longo dos 15 anos seguintes à tomada do poder.
“Hoje, pouca gente conhece ou se lembra de tais experiências, pois a historiografia pós-Guerra Fria rotulou-as simplesmente como “regimes autoritários de partido único”, escreve Visentini, lembrando que, embora possa ser aplicado a quase todos os Estados africanos nascidos naquele período, tal rótulo foi usado apenas para designar os governos que se posicionaram como de esquerda.
http://www.editoraunesp.com.br/catalogo-detalhe.asp?ctl_id=1407
Angola, Moçambique e Etiópia
Visentini - Paulo Fagundes
Sinopse
Na 18ª obra da Coleção Revoluções do Século 20, Paulo Fagundes Visentini traça o cenário que possibilitou a eclosão das revoluções de cunho social ou socialista na África nos anos 1970, focalizando as consideradas mais marcantes: as que mudaram os regimes de Angola, Moçambique e Etiópia.
Segundo o autor, essas revoluções têm as mesmas características políticas e, do ponto de vista histórico, compartilham a mesma conjuntura que estimulou revoluções semelhantes em vários países do terceiro mundo naquele período. Tal cenário abrangia a crise econômica nos países desenvolvidos, a derrota dos Estados Unidos no Vietnã e a queda de governos autoritários que integravam o flanco sul da OTAN.
No caso africano, mais um ingrediente viria a integrar essa conjuntura: os movimentos de libertação das tardias colônias portuguesas, que acabaram por abrir caminho para revoluções nacionais democráticas e até socializantes.
Visentini analisa as lutas árduas decorrentes desses movimentos revolucionários, que tiveram de enfrentar forças conservadoras nacionais e estrangeiras poderosas, e as transformações sociopolíticas que promoveram ao longo dos 15 anos seguintes à tomada do poder.
“Hoje, pouca gente conhece ou se lembra de tais experiências, pois a historiografia pós-Guerra Fria rotulou-as simplesmente como “regimes autoritários de partido único”, escreve Visentini, lembrando que, embora possa ser aplicado a quase todos os Estados africanos nascidos naquele período, tal rótulo foi usado apenas para designar os governos que se posicionaram como de esquerda.
http://www.editoraunesp.com.br/catalogo-detalhe.asp?ctl_id=1407
Marcos Vinícius
Santos Dias Coelho
Doutorando em História Social da África
Universidade Estadual de CampinasCampinas - SP - Brasil
marvindico@hotmail.com
Doutorando em História Social da África
Universidade Estadual de CampinasCampinas - SP - Brasil
marvindico@hotmail.com
CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DE
MOÇAMBIQUE POR URIA SIMANGO (NOVEMBRO, 1974)
Um alerta que o mundo desconheceu
Situação actual em
Moçambique
De modo a informar todos
aqueles que se interessam pelos acontecimentos em Moçambique, decidi escrever
estas breves linhas na esperança de que elas possam vir dar uma visão geral da
situação.
O golpe de estado de 25 de
Abril em Portugal, foi seguido de promessas dadas pela junta militar dirigida
pelo General Spínola de que às colónias iria ser conferida a liberdade de
escolherem o seu futuro. Deste modo, a independência seria concedida após
eleições gerais, nos princípios de 1975, em que todos os partidos políticos
poderiam participar. Com efeito, foi concedida uma amnistia a todos os
políticos e aos movimentos de libertação, autorizando-se o seu regresso aos
seus respectivos países de forma a terem a oportunidade de expressar os seus
ideais antes das eleições.
Porém, a preocupação imediata
de Portugal foi a de criar uma atmosfera de paz como condição necessária para uma
pacífica actividade política e elaborar os instrumentos necessários para as
eleições e transferência de poderes para os povos colonizados. Por conseguinte,
viu-se que as conversações para um cessar fogo eram prioritárias. Por esse
motivo, as conversações começaram para Guiné Bissau.
Cessar fogo
Em telegrama endereçado ao
governo zambiano, o governo provisório português indicou que uma delegação
liderada pelo Dr. Soares, ministro dos Negócios Estrangeiros, deveria
estabelecer conversações em Lusaka com ambas forças – Frelimo e Coremo. Essas
conversações não incluiriam questões relacionadas com a independência dado que
as mesmas careciam da participação de outras forças políticas no interior do
país.
Por razões por nós
desconhecidas, na véspera das primeiras conversações as tropas zambianas
atacaram as bases militares do Coremo em Moçambique, tendo procedido à detenção
dos nossos combatentes. Os dirigentes do partido que na altura se encontravam
em Lusaka foram detidos e posteriormente encarcerados.
As informações que obtivemos
junto das autoridades prisionais são de que esses dirigentes foram transferidos
para a Tanzânia, não sendo possível obter directamente quaisquer notícias dos
mesmos.
Não nos causará surpresa
ouvir dizer que todos eles acabaram por ser entregues a Frelimo, às mãos de
quem a morte é o destino certo.
No decurso do mês transacto,
tropas da Zâmbia e guerrilheiros da Frelimo, numa acção combinada penetraram no
distrito de Tete no encalço das nossas forças que não haviam sido destruídas
durante a primeira operação.
Não restam dúvidas de que a
eliminação física do COREMO foi planeada de modo a manter a FRELIMO como o
único interlocutor nas negociações com o governo português. Não cremos que as
autoridades zambianas tenham agido de forma prudente, independentemente das
suas melhores intenções.
A exclusão
Talvez os arquitectos do
plano de exclusão não estivessem cientes do seu acto. Todavia, ao procederem
dessa forma, acabaram por dividir o povo que pretendiam unir, pois um sector da
população representado por outros partidos não foi ouvido e consequentemente,
alienado ao acordo de Lusaka. Não seria lógico e correcto afirmar-se que o
acordo foi imposto ao Povo? Que obrigações terão eles num acordo de que não
fizeram parte?
(...) Milhares de pessoas já
deixaram o país com destino à África do Sul e Rodésia. Algumas dessas pessoas
encontram-se armadas. O número de desempregados cresceu em flecha como
resultado do encerramento de diversos estabelecimentos. A economia atingiu o
seu nível mais baixo – não há dinheiro no país.
Confrontos entre a Frelimo e
o povo são frequentes e já provocaram a morte de mais de 1000 pessoas,
maioritariamente em Lourenço Marques. Outras 2000 pessoas foram detidas, muitas
delas por não apoiarem a Frelimo. Três campos de trabalhos forçados foram
abertos para essas pessoas. Este número inclui 4 membros do Partido de
Coligação Nacional – PCN, nomeadamente o SG, Basílio Banda, a secretária para
Educação, Dra. Joana Simião, Pedro Mondlane e José Vilankulos. Já há unidades
de guerrilha a operar contra a Frelimo em vários pontos do país, tendo já
causado morte a 500 guerrilheiros da Frelimo. No dia 5 de Novembro,
guerrilheiros da Frelimo e tropas portuguesas atacaram a residência de
dirigentes do PCN tendo causado um morto.
(...) O PCN considera que
Portugal deve honrar a sua promessa de que todos os partidos políticos, e
particularmente o PCN, devem tomar parte nas tarefas de reconstrução nacional.
Por aquilo que nos é dado a observar, a tensão aumenta diariamente. (...) Tudo
resulta da forma errada como o governo português conduziu o processo da
independência, e da ideologia defendida por Lisboa em nome da qual deseja
sacrificar tudo e todos.
Por um lado, o governo
português julga ser necessário restaurar a democracia em Portugal. Mas por
outro, as autoridades portuguesas não acham que o mesmo seja necessário para
Moçambique. Resta-nos rezar para que a situação não piore, pois ainda é
possível evitar o desastre. (...). (In Uria Simango - um homem uma
causa).
N.R.: Este texto resulta de
fragmentos de um documento de Uria Simango que em Novembro de 1974 ele dirigiu
às diversas embaixadas e comunicação social. Na altura a comunicação social
nacional já estava em mãos de elementos próximos da Frelimo e o documento não
chegou a ser publicado como o seu autor esperava.