HÁ MUITAS RAZÕES PARA SE
IRRITAR COM OS DIRIGENTES AFRICANOS
Por Jorge Fernando Jairoce
Há muitas razões para estar
irritado com os dirigentes políticos de África, visto que cada dia vão tomando caminho de governação autocrática empurrando seus
(alguns) países de volta para o olho da
tempestade e ameaçando deste modo as conquistas democráticas das últimas
décadas.
Vários líderes procuram agora cimentar
seus lugares e se recusam a se aposentar e assistir as eleições do lado de
fora, ou recusam-se a entregar o poder depois de perder as eleições
presidenciais.
Temos vários exemplos de líderes
que não querem abandonar o poder colocando os seus países em conflitos
políticos internos. Um dos líderes históricos do Senegal Abdoulaye Wade perdeu
as eleições este ano apesar de todas as tentativas para se manter no Poder
enquanto José Eduardo dos Santos teve uma sorte diferente ao renovar mais um
mandato. Espera-se que a realização de eleições presidenciais em outros países
como Serra Leoa, Mali, Mauritânia, Madagáscar, Zimbábwe e Quênia dependendo dos
resultados possam mudar a configuração política em África para o melhor ou pior
(em caso de manutenção no poder por via fraudulenta). Destaca-se aqui o Robert
Mugabe que parece pretender aposentar-se como presidente. Yoweri Museveni do Burundi
e Paul Biya dos Camarões, afiguram-se entre os líderes que mais tempo estão no
poder apesar de terem vencido suas respectivas eleições presidenciais com acusações de negligência eleitoral séria. Denis
Sassou Nguesso presidente do Congo também está apostado para continuar a cimentar a sua liderança
autoritária. Assim, continuaremos a ter em África uma fortaleza de dirigentes
autocratas e corruptos. É caso para dizer que o poder é doce.
O que aconteceu no segundo
semestre de 2011 na África do Norte e, mais especificamente, na Tunísia, Egito
e Líbia não parece ter tido qualquer tipo de efeito sobre os líderes africanos
da África Subsaahariana visto que muitos deles, ainda se agarram ao poder e em
alguns países têm perseguidos e presos os líderes da oposição.
Em 2011, a África pela primeira
vez testemunhou a remoção do poder de três presidentes sem uma eleição. Este
foi um fenómeno histórico espectacular. Será que nos próximos anos os
outros autocratas vão deixar o cargo? Será
que vai ser através de eleições ou de uma revolta como a que se presenciou no
norte da África? Espero o seu comentário.
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