03 outubro 2012

MERCENÁRIOS BASEADOS EM LISBOA INFILTRADOS NA FRELIMO E NOS MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO EM ÁFRICA


MERCENÁRIOS BASEADOS EM LISBOA INFILTRADOS NA FRELIMO E NOS MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO EM ÁFRICA


Mais revelações agora passadas a livro pela investigação de José Duarte Jesus, um diplomata português que escreveu sobre 'A guerra secreta de Salazar em África', incluindo Moçambique, confirmam que nos anos 1960 e 70, a agência noticiosa Aginter Press, sediada em Lisboa, era a fachada perfeita para uma organização de mercenários e espiões da Alemanha, França e Bélgica.
O investigador diz que o fascista António de Oliveira Salazar sabia da existência da organização e até apoiava este grupo secreto. Eles envolveram-se na guerra colonial e até nos movimentos de Libertação Africanos, incluíndo a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o MPLA, em Angola, entre outros.
Eduardo Mondlane foi morto, em Dar-es-Salaam, na Tanzania, em 1969 por uma carta-bomba enviada por agentes da PIDE.
Os grupos tinham por missão combater o comunismo em África, América Latina e na Europa. “Tentaram tomar parte no pós 25 de Abril, envolveram-se no 11 de Março e nos ataques bombistas em Portugal”.
À venda nas livrarias em Portugal, o livro conclui que os referidos mercenários e espiões se infiltraram na FRELIMO, no MPLA, entre outros movimentos.
José Duarte de Jesus, embaixador, demitido do M.N.E (Ministério Português dos Negócios Estrangeiros) em 1965, convidado pelo ministro Franco Nogueira a deixar Portugal em 24 horas quando se soube que andara em conversas com o fundador da FRELIMO e arquitecto da unidade moçambicana, Eduardo Chivambo Mondlane, foi reintegrado no corpo diplomático depois em 1974.

“A Guerra Secreta de Salazar em África” foi editado este ano (2012) pela Dom Quixote.
Longa introdução (metade do livro), denuncia o envolvimentos dos Estados Unidos da América (EUA) com a primazia («pecado original») no recrutamento de elementos do Eixo e de Vichy como agentes anti-subversivos para contenção do comunismo no Ocidente após a II Grande Guerra.
Dá conta da rede e organizações criadas por estes elementos com esse fim, nomeadamente duma Organisation Armée Secret, suas ramificações e excrescências; enforque na Aginter cuja actividade em Portugal e Ultramar visa ser o principal do livro.
O livro revela o trabalho dos agentes da Aginter fomentado por Portugal (por intermédio da Polícia Política Portuguesa (PIDE), ministérios da Defesa e dos Estrangeiros) e motivado pela estratégia da defesa do Ultramar, desde operações de apoio ao Congo Belga, fomento da contra-revolução no Congo-Brazzaville (apoio ao abade Youlu), operações de contra-subversão sobre os 'terroristas de Angola, U.P.A./F.N.L.A (liderada por Holden Roberto) e M.P.L.A'
Aventa ainda a intervenção (incerta) da Aginter no Biafra.
DM/DT
AIM – 22.06.2012

In: http://macua.blogs.com

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