31 outubro 2013

O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO
 VIOLÊNCIAS LUSÓFONAS: ANGOLA, MOÇAMBIQUE

Presente desde o século XV nas costas africanas, Portugal só tardiamente empreendeu a colonização do imenso império (vinte e cinco vezes a sua super­fície...) que as rivalidades europeias lhe permitiram talhar no continente negro. Esta tardia e superficial ocupação do espaço não facilitou certamente a difusão de um sentimento de dependência homogénea no interior dos terri­tórios. As organizações que se lançaram na luta armada no início dos anos sessenta tiveram de apoiar-se, no seio das populações não brancas, num senti­mento anticolonial certamente mais virulento do que as suas eventuais aspira­ções nacionais47. Conscientes dos obstáculos com os que se deparava o seu jacobinismo, as direcções nacionalistas concederam rapidamente uma forte atenção aoinimigo interno48 — chefes tradicionais, colaboradores do coloni­zador, dissidentes políticos — acusado de prejudicar a pátria em perigo. Estes traços característicos de uma cultura política que o duplo código genético salazarista e estalinista não predispunha ao culto da democracia representa­tiva iam acentuar-se a despeito da partida precipitada da potência tutelar.
Leia aqui este capítulo dedicado a Angola e a Moçambique:  Download Violencias lusofonas

* Edição portuguesa da Quetzal Editores(1999)

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