O LIVRO NEGRO DO
COMUNISMO
VIOLÊNCIAS LUSÓFONAS: ANGOLA, MOÇAMBIQUE
Presente
desde o século XV nas costas africanas, Portugal só tardiamente
empreendeu a colonização do imenso império (vinte e cinco vezes a sua superfície...) que as rivalidades europeias
lhe permitiram talhar no continente negro. Esta tardia e superficial ocupação
do espaço não facilitou certamente a difusão de um sentimento de dependência
homogénea no interior dos territórios. As organizações que se lançaram na luta
armada no início dos anos sessenta tiveram de apoiar-se, no seio das populações
não brancas, num sentimento anticolonial certamente mais virulento do que as
suas eventuais aspirações nacionais47. Conscientes dos obstáculos
com os que se deparava o seu jacobinismo, as direcções nacionalistas concederam
rapidamente uma forte atenção aoinimigo interno48 — chefes
tradicionais, colaboradores do colonizador, dissidentes políticos — acusado de
prejudicar a pátria em perigo. Estes traços característicos de uma cultura
política que o duplo código genético salazarista e estalinista não predispunha
ao culto da democracia representativa iam acentuar-se a despeito da partida
precipitada da potência tutelar.
Leia aqui este capítulo dedicado a Angola e
a Moçambique: Download Violencias lusofonas
* Edição portuguesa da Quetzal
Editores(1999)
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