CHEFIAS NÃO CHEGAM A CONSENSO: REVISÃO DA LEI ELEITORAL
VAI SER DECIDIDA POR VOTO
Alfredo Gamito |
A REVISÃO do pacote eleitoral vai ser
decidida com recurso ao voto, depois que as chefias das três bancadas
parlamentares não chegaram a consenso nas rondas negociais, a última das quais
teve lugar terça-feira, sobre os cinco pontos divergentes.
Trata-se de questões relativas à entrega de
cadernos eleitorais aos concorrentes às eleições, composição e formas de
designação dos membros da Comissão Nacional de Eleições (CNE), formato e formas
de recrutamento do pessoal do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral
(STAE) e institucionalização da figura de director-geral deste órgão, a ser
indicado pelos partidos políticos com assento parlamentar.
Na ronda negocial das chefias das bancadas
havida dia 12 do mês em curso, a Renamo solicitou mais tempo para reflexão e
aprofundamento em torno da matéria, pedido que foi anuído pela bancada
parlamentar da Frelimo, em nome da abertura ao diálogo, da tolerância e da paz.
Ontem, dia 21 de Novembro, foi a data que
fora estabelecida para que a Comissão da Administração Pública, Poder Local e
Comunicação Social, encarregue de se ocupar do processo de revisão,
apresentasse ao plenário da Assembleia da República (AR) uma informação sobre
os resultados produzidos no âmbito das negociações.
A informação apresentada pelo presidente da
comissão, Alfredo Gamito, por sinal a terceira sobre a matéria na presente
sessão da AR, deu conta de que as chefias das três bancadas parlamentares
voltaram a reunir-se nos dias 14, 16, 19 e 20 do corrente mês, respectivamente,
em rondas que não produziram nenhuns avanços no sentido de consensualizaçao dos
pontos divergentes.
Gamito disse que as divergências se mantêm
em torno do artigo 43 A, relativo à entrega de cadernos eleitorais aos concorrentes
às eleições, proposto pela bancada parlamentar da Renamo, da composição e
formas de designação dos membros da CNE, formato e formas de recrutamento do
pessoal do STAE e institucionalização da figura de director-geral do órgão.
Sobre a Comissão Nacional de Eleições,
Alfredo Gamito indicou que a Frelimo e o MDM evoluíram nos seus
posicionamentos, acordando que a nível central este órgão devia ser composto
por 13 membros, sendo cinco indicado pela maioria parlamentar, dois pela
Renamo, um pelo MDM, um juiz, um representante da Procuradoria Geral da
República e três pela sociedade civil.
A nível provincial, a composição seria da
seguinte maneira: três Frelimo, dois Renamo, um MDM e cinco sociedade civil. A
Frelimo e o MDM acordaram a necessidade de se definir os critérios e os termos
de referência para a integração dos magistrados na CNE.
A Renamo, segundo a fonte, continua a
defender o princípio de paridade. O figurino da CNE, segundo a bancada
parlamentar da “perdiz” apresentar-se-ia desta forma: quatro Frelimo, quatro
Renamo, quatro MDM e dois para os partidos da oposição extra-parlamentar.
Assim, a Renamo reduziu de 17 para 15 o número de membros para a Comissão
Nacional de Eleições.
Quanto ao STAE, a Frelimo e o MDM acordaram
que o pessoal do órgão continue a ser recrutado com base em concurso público de
avaliação curricular. A Renamo, também aqui, quer paridade, e a nível central o
órgão seria desta forma composto: cinco Frelimo, cinco Renamo e cinco MDM. A
nível provincial seria constituído por quatro membros da Frelimo, quatro da
Renamo e quatro do MDM. A nível da cidade, teríamos três da Frelimo, três da
Renamo e três do MDM.
A informação apresentada por Alfredo Gamito
refere que as chefias das bancadas consideram encerradas as tentativas até agora
havidas no sentido de se consensualizar as divergências. Assim, a Comissão da
Administração Pública, Poder Local e Comunicação Social deverá fazer o
depósito, em sede do Parlamento, do pacote eleitoral no dia 30 de Novembro.
Alfredo Gamito disse ter-se tratado de um
longo, exaustivo e frustrante trabalho desenvolvido, tanto pelas chefias das
bancadas, como a nível da comissão. Entretanto, no debate da informação na
generalidade, os deputados das bancadas da Frelimo e da Renamo voltaram a
acusar-se mutuamente sobre o fracasso.
O deputado Dário Machava, da maioria
parlamentar, disse tratar-se de um grande desgosto da comissão e da sua bancada
o facto de não se ter conseguido consenso. Sobre a entrega de cadernos
eleitorais aos concorrentes, disse ser impraticável, dado o seu volume e a
necessidade de protecção dos dados dos eleitores.
No que concerne à composição e formas de
designação dos membros da CNE, aquele deputado afirmou que se trata duma
proposta que está totalmente desenquadrada na ordem jurídica do país e acusou a
Renamo de pretender desvalorizar as recomendações dos observadores nacionais e
estrangeiros.
Por seu turno, o deputado Saimone Macuiana
Muhambi, da bancada parlamentar da Renamo, acusou a Frelimo de não ter vontade
política para aprovar a lei eleitoral [por consenso, alegadamente porque tem
medo de transparência nas eleições. Disse haver incompatibilidades que os
juízes e procuradores façam parte da CNE, órgão que segundo a Renamo, deve ser
gerido pelo princípio de paridade para que nenhuma das partes tenha vantagem
numérica sobre a outra.
O deputado Macuiana afirmou que o STAE não
pode ser constituído apenas por elementos indicados pelo Governo da Frelimo.
Enquanto isso, o MDM considera que foram dados passos possíveis para que as
eleições autárquicas de 2013 e gerais de 2014 tenham lugar no país e propõe que
o plenário da Assembleia da República aprove o pacote eleitoral.
Chefias não chegam a consenso: Revisão da Lei Eleitoral
vai ser decidida por voto
A REVISÃO do pacote eleitoral vai ser
decidida com recurso ao voto, depois que as chefias das três bancadas
parlamentares não chegaram a consenso nas rondas negociais, a última das quais
teve lugar terça-feira, sobre os cinco pontos divergentes.
Maputo,
Quinta-Feira, 22 de Novembro de 2012:: Notícias
Trata-se de questões relativas à entrega de
cadernos eleitorais aos concorrentes às eleições, composição e formas de
designação dos membros da Comissão Nacional de Eleições (CNE), formato e formas
de recrutamento do pessoal do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral
(STAE) e institucionalização da figura de director-geral deste órgão, a ser
indicado pelos partidos políticos com assento parlamentar.
Na ronda negocial das chefias das bancadas
havida dia 12 do mês em curso, a Renamo solicitou mais tempo para reflexão e
aprofundamento em torno da matéria, pedido que foi anuído pela bancada
parlamentar da Frelimo, em nome da abertura ao diálogo, da tolerância e da paz.
Ontem, dia 21 de Novembro, foi a data que
fora estabelecida para que a Comissão da Administração Pública, Poder Local e
Comunicação Social, encarregue de se ocupar do processo de revisão,
apresentasse ao plenário da Assembleia da República (AR) uma informação sobre
os resultados produzidos no âmbito das negociações.
A informação apresentada pelo presidente da
comissão, Alfredo Gamito, por sinal a terceira sobre a matéria na presente
sessão da AR, deu conta de que as chefias das três bancadas parlamentares
voltaram a reunir-se nos dias 14, 16, 19 e 20 do corrente mês, respectivamente,
em rondas que não produziram nenhuns avanços no sentido de consensualizaçao dos
pontos divergentes.
Gamito disse que as divergências se mantêm
em torno do artigo 43 A, relativo à entrega de cadernos eleitorais aos
concorrentes às eleições, proposto pela bancada parlamentar da Renamo, da
composição e formas de designação dos membros da CNE, formato e formas de
recrutamento do pessoal do STAE e institucionalização da figura de
director-geral do órgão.
Sobre a Comissão Nacional de Eleições,
Alfredo Gamito indicou que a Frelimo e o MDM evoluíram nos seus
posicionamentos, acordando que a nível central este órgão devia ser composto
por 13 membros, sendo cinco indicado pela maioria parlamentar, dois pela
Renamo, um pelo MDM, um juiz, um representante da Procuradoria Geral da
República e três pela sociedade civil.
A nível provincial, a composição seria da
seguinte maneira: três Frelimo, dois Renamo, um MDM e cinco sociedade civil. A
Frelimo e o MDM acordaram a necessidade de se definir os critérios e os termos
de referência para a integração dos magistrados na CNE.
A Renamo, segundo a fonte, continua a
defender o princípio de paridade. O figurino da CNE, segundo a bancada
parlamentar da “perdiz” apresentar-se-ia desta forma: quatro Frelimo, quatro
Renamo, quatro MDM e dois para os partidos da oposição extra-parlamentar.
Assim, a Renamo reduziu de 17 para 15 o número de membros para a Comissão
Nacional de Eleições.
Quanto ao STAE, a Frelimo e o MDM acordaram
que o pessoal do órgão continue a ser recrutado com base em concurso público de
avaliação curricular. A Renamo, também aqui, quer paridade, e a nível central o
órgão seria desta forma composto: cinco Frelimo, cinco Renamo e cinco MDM. A
nível provincial seria constituído por quatro membros da Frelimo, quatro da
Renamo e quatro do MDM. A nível da cidade, teríamos três da Frelimo, três da
Renamo e três do MDM.
A informação apresentada por Alfredo Gamito
refere que as chefias das bancadas consideram encerradas as tentativas até
agora havidas no sentido de se consensualizar as divergências. Assim, a
Comissão da Administração Pública, Poder Local e Comunicação Social deverá
fazer o depósito, em sede do Parlamento, do pacote eleitoral no dia 30 de
Novembro.
Alfredo Gamito disse ter-se tratado de um
longo, exaustivo e frustrante trabalho desenvolvido, tanto pelas chefias das
bancadas, como a nível da comissão. Entretanto, no debate da informação na
generalidade, os deputados das bancadas da Frelimo e da Renamo voltaram a
acusar-se mutuamente sobre o fracasso.
O deputado Dário Machava, da maioria
parlamentar, disse tratar-se de um grande desgosto da comissão e da sua bancada
o facto de não se ter conseguido consenso. Sobre a entrega de cadernos
eleitorais aos concorrentes, disse ser impraticável, dado o seu volume e a
necessidade de protecção dos dados dos eleitores.
No que concerne à composição e formas de
designação dos membros da CNE, aquele deputado afirmou que se trata duma
proposta que está totalmente desenquadrada na ordem jurídica do país e acusou a
Renamo de pretender desvalorizar as recomendações dos observadores nacionais e
estrangeiros.
Por seu turno, o deputado Saimone Macuiana
Muhambi, da bancada parlamentar da Renamo, acusou a Frelimo de não ter vontade
política para aprovar a lei eleitoral [por consenso, alegadamente porque tem
medo de transparência nas eleições. Disse haver incompatibilidades que os
juízes e procuradores façam parte da CNE, órgão que segundo a Renamo, deve ser
gerido pelo princípio de paridade para que nenhuma das partes tenha vantagem
numérica sobre a outra.
O deputado Macuiana afirmou que o STAE não
pode ser constituído apenas por elementos indicados pelo Governo da Frelimo.
Enquanto isso, o MDM considera que foram dados passos possíveis para que as
eleições autárquicas de 2013 e gerais de 2014 tenham lugar no país e propõe que
o plenário da Assembleia da República aprove o pacote eleitoral.
Maputo,
Quinta-Feira, 22 de Novembro de 2012:: Notícias
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