19 agosto 2013


“EM MOÇAMBIQUE SÓ HÁ PARTIDOS DE DIREITA”
Michel Cahen

Entrevista com Michel Cahen realizada por Victor Miguel Castillo de Macedo e Joaquim Maloa

Michel Cahen é pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) no Centre “Les Afriques dans le Monde” (“As Áfricas no mundo”), do Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordeaux, na França. Esteve à frente da organização da revista Lusotopie, de 1992 a 2009, uma das principais publicações acadêmicas a abordar temas relativos aos desdobramentos da experiência colonial lusitana na África e no Brasil.
Além de ser um dos grandes nomes contemporâneos da história social e política da África Colonial Portuguesa, é autor de alguns clássicos da produção historiográfica sobre colonização e vida pós-colonial nos países da África Portuguesa, tais como: Mozambique, la révolution implosée. Études sur 12 ans d’indépendance (1975-1987), lançado em 1987 (Paris, L’Harmattan), e Os outros: um historiador em Moçambique, 1994, publicado em francês em 2002 (Paris, Fondation Calouste Gulbenkian) e em português em 2003 (Basileia, P. Schlettwein Publishing).
Também publicou um livro sobre a única minoria linguística de Portugal, a comunidade mirandesa: Le Portugal bilingue. Histoire et droits politiques d’une minorité linguistique: la communauté mirandaise, em 2009 (Rennes, Presses Universitaires de Rennes). Recentemente, em 2012, o pesquisador lançou o livro organizado juntamente com Éric Morier-Genoud, Imperial migrations: colonial communities and Diaspora in the Portuguese world. (Basingstoke, Palgrave MacMillan).
No primeiro semestre deste ano, o professor Cahen ministrou o curso “História social e política da África Portuguesa (1885-1975)”, para o Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo (PPGS/USP), em que abordou questões e embates teórico-historiográficos que suas perspectivas trazem.
Os estudantes/entrevistadores conformam parte do conjunto de interessados na obra desse pensador, que ultrapassa as preocupações e os métodos da disciplina histórica e alcança também sociólogos, antropólogos e demais interessados nas dinâmicas passadas e contemporâneas do continente africano.


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