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Caros amigos o blog Historiando: debates e ideias visa promover debates em torno de vários domínios de História do mundo em geral e de África e Moçambique em particular. Consta no blog variados documentos históricos como filmes, documentários, extractos de entrevistas e variedades de documentos escritos que permitirá reflectir sobre várias temáticas tendo em conta a temporalidade histórica dos diferentes espaços. O desafio que proponho é despolitizar e descolonizar certas práticas historiográficas de carácter eurocêntrico, moderno e ocidental. Os diferentes conteúdos aqui expostos não constituem dados acabados ou absolutos, eles estão sujeitos a reinterpretação, por isso que os vossos comentários, críticas e sugestões serão considerados com muito carinho. Pode ouvir o blog via ReadSpeaker que consta no início de cada conteúdo postado.

16 outubro 2013

OBRA FALA SOBRE A HISTÓRIA DE GUNGUNHANA
Capa do livro


“O Rei do Monte Brasil” ganha prémio
O romance “O Rei do Monte Brasil”, da autoria Ana Cristina Silva, venceu o Prémio Literário de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues, destinado a obras literárias que tenham sido escritas por docentes.
Editado em Agosto de 2012 pela Oficina do Livro, o romance aborda acontecimentos históricos no finais do século XIX, altura em que o oficial de cavalaria Joaquim Mouzinho de Albuquerque fez uma campanha, ao serviço do Rei D. Carlos, no coração de África com o objectivo de subjugar as tribos locais à administração colonial portuguesa.
Tendo em vista alcançar esse objectivo, Mouzinho de Albuquerque queima aldeias, mata os insubmissos e, desobedecendo a ordens superiores, captura o detentor de um império vasto, Gungunhana, levando-o para Portugal como troféu e que acaba exilado no Monte Brasil até ao fim dos seus dias.
Com uma alternância de vozes narrativas que apresentam duas versões muito distintas do mesmo conflito, “O Rei do Monte Brasil” explora as memórias dos seus protagonistas até à véspera da morte.
A cerimónia de entrega do prémio, com um valor pecuniário de 7500 euros (cerca de 304.500 meticais), decorreu no passado sábado.
Sinopse na obra
Em finais do século XIX, o oficial de cavalaria Joaquim Mouzinho de Albuquerque interna-se, ao serviço do rei D. Carlos, no coração de África com o objectivo de subjugar as tribos à administração colonial portuguesa; para isso, porém, queima aldeias inteiras, mata os insubmissos e, desobedecendo a ordens superiores, captura com espectacularidade o detentor de um império vastíssimo, Gungunhana, que traz para Portugal como troféu e acaba exilado nos Açores até ao fim dos seus dias.
Apesar de recebido pelo povo e aclamado pela imprensa como um herói da pátria, a crítica ao comportamento pouco ético de Mouzinho nos corredores do Paço, a indiferença do governo em relação aos seus planos para África e a paixão nunca abertamente confessadas por D. Amélia acabam por levá-lo ao suicídio.
Mas, se a notícia escandaliza o país (Portugal), a verdade é que é lida com entusiasmo e sentimento de justiça por um Gungunhana já velho e destroçado, que passa os dias escondido na floresta do Monte Brasil, o local que encontrou na ilha Terceira...  que mais se assemelha à terra dos seus antepassados.
Com uma alternância de vozes narrativas que nos oferecem duas versões muito disintas do mesmo conflito, O Rei do Monte Brasil explora as memórias  dos  seus  protagonistas às vésperas da morte, ilustrando-nos  sobre  a  sua infância, as suas paixões marcantes, as atrocidades para as quais encontram sempre justificação e, de certa forma, a reflexão sombria sobre a decadência e a glória perdida.
CORREIO DA MANHÃ – 15.10.2013
                                                                         

Nota do blog: Quem é Ana Cristina: ANA CRISTINA SILVA nasceu em Vila Franca de Xira, a 11 de Novembro de 1964. Professora no ISPA [Instituto Superior de Psicologia Aplicada] desde 1992, concluiu o doutoramento em Psicologia, na Especialidade de Psicologia da Educação pela Universidade do Minho em 2001, desenvolvendo investigação neste domínio. Tem artigos científicos publicados em revistas e obras colectivas portuguesas e estrangeiras. A sua estreia literária ocorreu em 2002 com a publicação do romance Mariana, Todas as Cartas. Em 2012, o seu romance Cartas Vermelhas foi seleccionado para o Prémio Fernando Namora, facto que se repetiu em 2013, com a obra O Rei do Monte Brasil.

Um comentário:

kamal disse...

excellent post.
thank you so much for sharing this one.