A polícia na África do Sul acaba de notabilizar um espectáculo gratuito ao massacrar trinta e quatro (34) mineiros que se manifestaram no dia 16 de Agosto pela melhoria de aumento salarial. A presença policial fortemente armada e obrigando os manifestantes a retirarem-se foi o estopim da violência. Pelas imagens parece que os manifestantes portavam consigo algumas armas brancas e pretendiam com ela mostrar a indignação pela presença policial. Porém, nada é conclusivo sobre quem avançou primeiro (se foram os manifestantes ou a polícia), só uma investigação apurada permitirá saber. De qualquer das formas, as autoridades policiais tem por obrigação em casos desta natureza evitar perdas de vidas humanas. O cenário faz recordar com muita tristeza o período da Apartheid. O Governo de Zuma tem a obrigação de em função do inquérito a ser levado a cabo responsabilizar os culpados, se bem que nestes casos a balança sempre tem sido favorável as autoridades policiais.
RETROSPECTIVA DOS FACTOS
Ao todo, 44 pessoas foram mortas
brutalmente pela polícia sul-africana, incluindo 34 mineiros. Trata-se de uma
acção ocorrida na mina de Lonmin, onde trabalham mais de 2 300 mineiros
nacionais.
No
meio do desespero pela tragédia, resultante do massacre de 44 pessoas,
protagonizado pela polícia sul-africana, incluindo 34 mineiros grevistas, os
trabalhadores moçambicanos nas minas de Lonmin contam que viveram uma tarde da
qual nunca se vão esquecer (quinta-feira).
Tudo
teria começado na sexta-feira da semana antepassada, quando milhares de
mineiros do grupo Lonmin, cotado na bolsa e que ocupa o estatuto de 3ª maior
produtora de platina no mundo, decidiram marchar, pacificamente, até aos
escritórios da mina, levando consigo uma reivindicação salarial.
Chegados
ao local, foram marginalizados. O seu pedido de revisão salarial dos actuais
quatro mil e quinhentos randes para doze mil e quinhentos foi recusado, sem
espaço para nenhuma negociação.
Insatisfeitos
com a reacção do patronato, os milhares de mineiros teriam regressado ao
chamado “hostel”, a sua residência oficial, de onde saiu a concertação para que
se reunissem numa montanha designada desde essa altura “base central”.
Antecedentes do massacre
Regressados
da direcção da mina, os grevistas foram até aos escritórios da Associação dos
mineiros, onde, devido à sua fúria, a segurança privada da mina teria tentado
em vão travar a marcha dos mesmos. Foi assim como iniciou a batalha, que
culminaria com o massacre. Nessa altura, dois seguranças foram mortos.
O
motim dos mineiros prosseguiu num outro local próximo do primeiro, onde foram,
igualmente, incendiadas cinco viaturas de particulares. No dia seguinte, a
batalha campal continuou e, desta feita, dois agentes da polícia foram,
outrossim, assassinados. Já na quinta-feira da semana finda, a polícia, armada
ao detalhe, teria se deslocado à montanha, “base central” dos mineiros
grevistas. Mas porque o local estava vedado por arame farpado, a decisão de que
nenhum mineiro deveria transpor-se para o outro lado da barreira. Entretanto,
quando o cordão formado pelos mineiros decidiu invadir a barreira estabelecida,
a polícia, nem mais, alegando legítima defesa, abriu fogo. Os tiros a
“queima-roupa” atingiram dezenas de mineiros. 44 pessoas foram mortas, 80
feridas e 615 detidas. «Jornal O País»
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