DHLAKAMA ASSUME QUE MANDOU ATACAR ACAMPAMENTO DA FIR EM MUXÚNGUÈ
Dhlakama em Santugira, Gorongosa |
Lourenço do Rosário está a
mediar diálogo entre Guebuza e Dhlakama
Gorongosa (Canalmoz) - O líder
da Renamo assumiu hoje em conferência de Imprensa que concedeu na sua base em
Satungira, Gorongosa, que a ordem de retaliar o ataque ao acampamento da FIR em
Muxungue, onde morreram quatro agentes desta unidade policial, foi dada por si.
Dhlakama garantiu ainda que a Renamo irá retaliar todos os ataques que forem
protagonizados pelos pelas forças policiais contra os membros da Renamo.
Lourenço do Rosario na mediação
Afonso Dhlakama anunciou ainda
que neste momento o Professor Lourenço do Rosário está a mediar diálogo entre o
Presidente da República, Armando Guebuza e o líder da Renamo, mas disse que
para que a aproximação prossiga exige a libertação dos 15 membros do seu
partido detido pela Polícia quarta-feira da semana passada em Muxungue, quando
a FIR atacou a sede da Renamo, forçado a retaliação já referida.
Fim do cerco a Gorongosa
Dhlakama
disse que as forças de defesa e segurança estão a cercar a sua base em Gorongosa
e exigiu que recuem imediatamente, pois do caso contrário "não vai
permitir ser atacado primeiro".
Exigiu
igualmente que a "Frelimo pare de atacar os membros da oposição, não
somente da Renamo".
Revisão imediata da lei
eleitoral
Sobre o processo eleitoral que se avizinha,
Dhlakama disse que é urgente a revisão da Lei eleitoral para garantir a
paridade na representação dos partidos políticos na Comissão Nacional de
Eleições.
Dhlakama
considera os membros da sociedade civil na CNE, "campangas da Frelimo".
(Fernando
Veloso, em Satungira)
AFONSO DHLAKAMA
GARANTE QUE NÃO VAI VOLTAR À GUERRA
Afonso Dhlakama garantiu hoje
na conferência de imprensa, a partir da sua base na Gorongosa, que não vai
voltar à guerra, mas advertiu o Governo que se se sentir atacado, atacará.
Ouça aqui: Download Renamo_gorongosa
“Nunca vai haver mais guerra, mas não estou
nada satisfeito com a situação e é preciso que sejam resolvidos rapidamente os
problemas pendentes”, nomeadamente a composição dos órgãos eleitorais, que a
Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) contesta.
Dhlakama disse ainda que estão a ocorrer
contactos com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, intermediados por um
académico moçambicano, na sequência dos ataques da semana passada, que
provocaram pelo menos oito mortos.
O líder da Renamo falou numa antiga base
militar na Gorongosa, onde se encontra desde outubro do ano passado.
Nas negociações que estão a decorrer com o
Governo de Armando Guebuza, o líder da Renamo revelou que exigiu a retirada dos
efetivos policiais que, disse, o estão a cercar na serra da Gorongosa e a
libertação de 15 militantes da Renamo detidos na última semana em Muxunguè.
Dhlakama disse ainda que haveria abertura
da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) para uma alteração à
lei eleitoral, que a Renamo contesta. “As coisas estão a andar”, disse.
Na última semana, confrontos em Muxunguè
entre elementos da Renamo e a polícia causaram cinco mortos e, no sábado, um
ataque a um camião cisterna provocou três mortos.
Hoje, Dhlakama assumiu que autorizou o
ataque ao quartel da polícia de Muxunguè, no distrito de Chibabava, de onde o
líder da Renamo é natural.
“Tinha conhecimento e autorizei”, disse,
revelando ter sido procurado pelos militantes do seu partido, na sequência de
um ataque da polícia à sede do partido em Muxunguè.
“Não posso esconder, eu disse-lhes:
‘arranjem-se desenrasquem-se, vocês fizeram a guerra, sabem onde apanhar armas,
defendam-se’, e no dia seguinte responderam”, disse Dhlakama.
Na conferência de imprensa na Gorongosa, o
líder da Renamo acusou a comunidade internacional de pactuar com a “existência
de eleições não transparentes” em Moçambique.
“Os europeus sabem o que acontece aqui e
que não podem acontecer em Portugal ou na União Europeia, mas no fim dão
condecorações” aos dirigentes da Frelimo.
Durante a sua longa intervenção, Dhlakama
referiu-se diversas vezes ao que considerou serem as diferenças entre o sul,
por um lado, e o centro e o norte de Moçambique, por outro, e disse que “a
Frelimo tem planos para destruir o centro e o norte daqui a 20 anos”.
O PAÍS – 10.04.2013
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