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10 abril 2013

DHLAKAMA ASSUME QUE MANDOU ATACAR ACAMPAMENTO DA FIR EM MUXÚNGUÈ


DHLAKAMA ASSUME QUE MANDOU ATACAR ACAMPAMENTO DA FIR EM MUXÚNGUÈ
Dhlakama em Santugira, Gorongosa


Lourenço do Rosário está a mediar diálogo entre Guebuza e Dhlakama 
Gorongosa (Canalmoz) - O líder da Renamo assumiu hoje em conferência de Imprensa que concedeu na sua base em Satungira, Gorongosa, que a ordem de retaliar o ataque ao acampamento da FIR em Muxungue, onde morreram quatro agentes desta unidade policial, foi dada por si. Dhlakama garantiu ainda que a Renamo irá retaliar todos os ataques que forem protagonizados pelos pelas forças policiais contra os membros da Renamo.

Lourenço do Rosario na mediação
Afonso Dhlakama anunciou ainda que neste momento o Professor Lourenço do Rosário está a mediar diálogo entre o Presidente da República, Armando Guebuza e o líder da Renamo, mas disse que para que a aproximação prossiga exige a libertação dos 15 membros do seu partido detido pela Polícia quarta-feira da semana passada em Muxungue, quando a FIR atacou a sede da Renamo, forçado a retaliação já referida.

Fim do cerco a Gorongosa

Dhlakama disse que as forças de defesa e segurança estão a cercar a sua base em Gorongosa e exigiu que recuem imediatamente, pois do caso contrário "não vai permitir ser atacado primeiro".
Exigiu igualmente que a "Frelimo pare de atacar os membros da oposição, não somente da Renamo".


Revisão imediata da lei eleitoral
Sobre o processo eleitoral que se avizinha, Dhlakama disse que é urgente a revisão da Lei eleitoral para garantir a paridade na representação dos partidos políticos na Comissão Nacional de Eleições. 
Dhlakama considera os membros da sociedade civil na CNE, "campangas da Frelimo".
(Fernando Veloso, em Satungira)


AFONSO DHLAKAMA GARANTE QUE NÃO VAI VOLTAR À GUERRA


Afonso Dhlakama garantiu hoje na conferência de imprensa, a partir da sua base na Gorongosa, que não vai voltar à guerra, mas advertiu o Governo que se se sentir atacado, atacará.


“Nunca vai haver mais guerra, mas não estou nada satisfeito com a situação e é preciso que sejam resolvidos rapidamente os problemas pendentes”, nomeadamente a composição dos órgãos eleitorais, que a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) contesta.
Dhlakama disse ainda que estão a ocorrer contactos com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, intermediados por um académico moçambicano, na sequência dos ataques da semana passada, que provocaram pelo menos oito mortos.
O líder da Renamo falou numa antiga base militar na Gorongosa, onde se encontra desde outubro do ano passado.
Nas negociações que estão a decorrer com o Governo de Armando Guebuza, o líder da Renamo revelou que exigiu a retirada dos efetivos policiais que, disse, o estão a cercar na serra da Gorongosa e a libertação de 15 militantes da Renamo detidos na última semana em Muxunguè.
Dhlakama disse ainda que haveria abertura da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) para uma alteração à lei eleitoral, que a Renamo contesta. “As coisas estão a andar”, disse.
Na última semana, confrontos em Muxunguè entre elementos da Renamo e a polícia causaram cinco mortos e, no sábado, um ataque a um camião cisterna provocou três mortos.
Hoje, Dhlakama assumiu que autorizou o ataque ao quartel da polícia de Muxunguè, no distrito de Chibabava, de onde o líder da Renamo é natural.
“Tinha conhecimento e autorizei”, disse, revelando ter sido procurado pelos militantes do seu partido, na sequência de um ataque da polícia à sede do partido em Muxunguè.
“Não posso esconder, eu disse-lhes: ‘arranjem-se desenrasquem-se, vocês fizeram a guerra, sabem onde apanhar armas, defendam-se’, e no dia seguinte responderam”, disse Dhlakama.
Na conferência de imprensa na Gorongosa, o líder da Renamo acusou a comunidade internacional de pactuar com a “existência de eleições não transparentes” em Moçambique.
“Os europeus sabem o que acontece aqui e que não podem acontecer em Portugal ou na União Europeia, mas no fim dão condecorações” aos dirigentes da Frelimo.
Durante a sua longa intervenção, Dhlakama referiu-se diversas vezes ao que considerou serem as diferenças entre o sul, por um lado, e o centro e o norte de Moçambique, por outro, e disse que “a Frelimo tem planos para destruir o centro e o norte daqui a 20 anos”.
O PAÍS – 10.04.2013



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