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Caros amigos o blog Historiando: debates e ideias visa promover debates em torno de vários domínios de História do mundo em geral e de África e Moçambique em particular. Consta no blog variados documentos históricos como filmes, documentários, extractos de entrevistas e variedades de documentos escritos que permitirá reflectir sobre várias temáticas tendo em conta a temporalidade histórica dos diferentes espaços. O desafio que proponho é despolitizar e descolonizar certas práticas historiográficas de carácter eurocêntrico, moderno e ocidental. Os diferentes conteúdos aqui expostos não constituem dados acabados ou absolutos, eles estão sujeitos a reinterpretação, por isso que os vossos comentários, críticas e sugestões serão considerados com muito carinho. Pode ouvir o blog via ReadSpeaker que consta no início de cada conteúdo postado.

18 setembro 2012


O Angoche esteve ao centro de um dos grandes mistérios do final da era colonial em Moçambique. Um navio mercante, um dia apareceu à deriva no mar, a tripulação desaparecida. Até hoje, apesar de várias tentativas e numerosas teorias, ninguém sabe o que aconteceu. O Angoche eventualmente foi rebocado para a Baía de Lourenço Marques, onde eventualmente se afundou.
O CASO
A 23 de Abril de 1971, o cargueiro português ANGOCHE abandonou NACALA com destino a PORTO AMÉLIA (Norte de Moçambique).
O navio nunca chegou ao porto de destino. A tripulação - 23 homens - e um passageiro desapareceram.
O ANGOCHE foi encontrado abandonado (e a deitar fumo) no Canal de Moçambique três dias depois pelo petroleiro panamiano Esso Port Dickson.
Foi alvo de duas explosões e de um incêndio, mas a carga militar (incluindo 100 bombas inertes de 50 Kgs da Força Aérea) não ficou danificada.
Ninguém reivindicou até hoje a sabotagem.

Um mistério por decifrar
Segundo um relatório preliminar, de um agente da PIDE:

«O navio Angoche levava material para a nossa Força Aérea, material sofisticado, essencialmente material explosivo, bombas para os aviões, etc, e creio que ia para Porto Amélia. Soubemos que o Angoche foi abordado em 23 de Abril de 1971 por um submarino da União Soviética e que os seus tripulantes foram levados para a Tanzânia, para a base central da Frelimo, Nachingwea  e, mais tarde, executados ... havia manchas de sangue em vários pontos do navio...  fala-se que houve oficiais da Marinha Portuguesa, hoje oficiais generais, que estariam envolvidos nisso».


Para adensar o mistério, o relatório oficial, detalhado e secreto, conservado na DGS-PIDE em Lisboa, desapareceu após o golpe militar Lisboeta de 25 de Abril de 1974. O livro abaixo fornece elementos importantes para compreender este caso.

Livro de Leone (autor ja falecido)

Mais informações podem ser encontradas no  blog do jornalista investigativo Rui Araújo http://cargo-angoche.blogspot.pt/.
Quem tiver algumas informações a respeito deste misterioso caso pode enviar um email para Jorge Jairoce (jairoce2007@yahoo.com.br)  ou Rui Araujo (rmda14@gmail.com).

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